Os políticos brasileiros foram capturados pelos bancos. É surpreendente que a maioria absoluta dos deputados, senadores e todas a classe política brasileira, que bota a boca no trombone por qualquer coisa, se mantenha de boca fechada quando o assunto é o sistema bancário brasileiro.
Em tempo normais, os bancos fazem do Brasil sua galinha de ouro e, mesmo com o governo baixando os juros ao mínimo histórico, eles mantém juros altos, spreads absurdos e só emprestam dinheiro com garantia de superlucro. Além disso, eles tem um cliente que sempre tem dinheiro: o governo. Assim financiam a divida do governo e ganham novamente lucros mirabolantes. E sem qualquer competição, pois enquanto nos Estados Unidos centenas de bancos disputam o mercado aqui montou-se um cartel que controla tudo.
O mais grave , porém, é que num momento de guerra como esse, onde está em jogo a vida das pessoas, esperava-se que os bancos ajudassem a população brasileira. Mas o que está ocorrendo no mercado é uma vergonha nacional e poucos políticos tiveram a coragem de denúncia-la. O governo federal jogou mais de 1 trilhão no mercado bancário para financiar as empresas brasileiras e reduziu o empréstimo compulsório e os bancos, ao invés de facilitarem os empréstimos, fizeram o contrário: aumentaram juros, aumentaram os spreads e exigem cada vez mais garantias. E como as empresas não podem arcar com isso, eles aplicam todo o dinheiro em Títulos do Tesouro e continuam ganhando bilhões.
E a maioria dos políticos brasileiros se cala. A bem da verdade, existem exceções, como prefeito de Salvador, ACM Neto, que defendeu medidas duras contra os bancos privados e disse: “Esses caras só fazem ganhar dinheiro, inclusive na crise. Está todo mundo no país se lascando e esses caras ganhando dinheiro.” E provavelmente outros prefeitos e governadores que também pagam juros estorsivos nos finaciamentos pensam de forma sememlhante. Mas o que chama a atenção é que deputados e senadores e todos os políticos brasileiros fiquem calados, como se tivessem sidos capturados pelos bancos brasileiros.(Coluna Política- EP 03/04/2020)
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