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O MARASMO NA CAMPANHA DE LULA OU BOLSONARO VAI CRESCER SE A CLASSE MÉDIA NÃO COMEÇAR A TER MEDO DELE

Redação - 12/09/2022 08:40 - Atualizado 12/09/2022

Enquanto Bolsonaro avança, Lula está parado no mesmo lugar e, se não houver uma reviravolta na campanha do petista, no final de setembro as duas curvas de intenções de votos estarão no mesmo lugar.

Enquanto a campanha de Bolsonaro avança de forma acelerada, criando fatos políticos de expressão, como o desfile de 7 de Setembro, e mantendo uma campanha agressiva, Lula segue como se nada estivesse acontecendo, com sua campanha patinando numa vibe de paz e amor que não se sustenta em uma eleição polarizada.

Só recentemente, a campanha lulista resolveu partir para cima do adversário, esgrimindo seus 51 imóveis comprados com dinheiro vivo, mas a essa altura Bolsonaro já arregimentou parcela expressiva da classe média, ampliando de 29% para 34% seu posicionamento no Datafolha. E isso vai se ampliar, pois a agenda bolsonarista está muito mais efetiva e já projeta para os próximos dias a ida do Presidente à Inglaterra para o enterro da rainha e possivelmente a ida à Nova York para discursar na abertura dos trabalhos na Assembleia da ONU, eventos que têm forte impacto no eleitorado de classe média. Enquanto isso, Lula se contenta em anunciar o apoio de Marina Silva que é importante, mas não agrega um voto sequer que já não esteja comprometido com Lula.

E o marasmo na campanha petista ocorre  enquanto Ciro Gomes mira sua metralhadora em Lula, dando munição aos bolsonaristas. E nada é feito para enfrentar esse adversário que está tirando votos do petista junto à classe média.

A melhor explicação para a pouca ação e para o baixo ímpeto de Lula no confronto é a ideia, provavelmente esgrimida pelo marqueteiro de sua campanha, Sidônio Palmeira, de que o candidato petista vai atrair a classe média mostrando-se conciliador e afirmando que vai trazer a paz ao país o que explica a postura quieta do candidato, mesmo frente aos ataques e as ações do adversário. Essa ideia é um equívoco completo, na verdade a classe média só migrará para Lula por medo de um Bolsonaro que, inchado de poder pela reeleição,  pode destruir a Amazônia, militarizar o país, restringir as liberdades e armar os cidadãos.

O foco da campanha de Lula tem de passar pelo futuro, pelo que será do Brasil se Bolsonaro for eleito. Além do mais, urge descaracterizar a ideia de que a economia cresce com Bolsonaro e focar no fato de que nenhuma economia do mundo cresceu de forma sustentável com um governo que cria uma crise por dia.

A linha da campanha de Sidônio mira uma classe média que pode até existir na Bahia e no Nordeste, mas está fora de sintonia com a classe média do Sul e Sudeste que só arredará pé de Bolsonaro se tiver certeza de que com ele o Brasil será pior.

Se não houver mudanças na campanha do petista, Lula vai ficar parado no mesmo lugar, enquanto Bolsonaro vai avançar. (EP – 12/09/2022)

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