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ADARY OLIVEIRA – TRÊS BOAS NOTÍCIAS

Redação - 21/12/2020 09:06

A Petrobras anunciou esta semana (17/12/2020), três dias após a celebração dos 79 anos da descoberta do primeiro campo comercial de petróleo no Brasil, ocorrido em 14/12/1941 em Candeias, que assinou contrato com a Ouro Preto Energia Onshore S.A., afiliada da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. para venda do Polo Recôncavo. O Polo Recôncavo compreende 14 concessões terrestres no Estado da Bahia: Aratu, Cambacica, Candeias, Cexis, Dom João, Dom João Mar, Guanambi, Ilha de Bimbarra, Mapele, Massui, Pariri, São Domingos, Socorro e Socorro Extensão. A 3R Petroleum é uma holding que atua na exploração em campos de óleo e gás natural, tendo como objetivo a revitalização de campos maduros localizados em terra e em águas rasas.Recentemente passou a operar 8 campos do Polo Rio Ventura, também localizados na Bacia do Recôncavo e 7 campos do Polo Macau, localizados na Bacia Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte. Tal fato abre caminho para contratação de serviços, principalmente de empresas de engenharia que já atenderam a Petrobras.

Uma outra boa notícia é que o Ministério de Infraestrutura, através de leilão realizado em 18/12/2020, está transferindo a concessão do Terminal de Granéis Líquidos (TGL) do Porto de Aratu-Candeias para a CS Brasil Transporte de Passageiros. A concessão está sendo feita por 25 anos e valor de R$62,5 milhões. A CS Brasil é integrante do grupo JSL e tem experiência na prestação de serviços, principalmente Transporte Público Municipal, Limpeza Urbana, Gestão de Terceirização de Frotas Públicas, Seminovos e Concessões e Infraestrutura. Espera-se que dos R$400 milhões de investimentos que está obrigada a realizar, parte seja dedicada à construção de mais dois berços do TGL com mais um píer ou ampliação do existente. Não consegui informação sobre sua experiência em operação portuária.

A terceira notícia é que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou a realização do leilão do trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) entre Ilhéus e Caetité em 08 de abril de 2021. Para os 537km será feita concessão para 35 anos. Neste trecho 75% das obras físicas da ferrovia já estão concluídos. Espera-se que agora a Fiol saia integralmente do papel e que o Porto Sul, no extremo da ferrovia, seja também construído.

Em julho deste ano escrevi um artigo onde listava as 7 obras inacabadas da Bahia, assim relacionadas: Construção da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol);Instalação do Porto Sul;Ampliação do Porto de Aratu-Candeias; Aumento da capacidade do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador;Recuperação da Hidrovia do Rio São Francisco;Extensão das linhas de transmissão de energia elétrica;e Construção da Ponte Salvador-Itaparica.

Dos 7 projetos que listei estão longe de sair do papel a instalação do Porto Sul e a recuperação da hidrovia do Rio São Francisco, já que, além dos projetos agora citados o aumento da capacidade do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador está em fase final, a extensão das linhas de transmissão de energia elétrica não é mais um grande problema e a construção da PonteSalvador-Itaparica está de contrato assinado.Se tudo isso for realizado, e espero que sim, a Bahia terá dado um grande salto e terá resolvido seus principais problemas de infraestrutura. No sertão diz-se que quando se entra em um galpão para corrigir os problemas do telhado, primeiro se tapa as goteiras maiores. Aí as goteiras pequenas aparecem. Portanto, se as 7 obras deixarem de ser inacabadas, iremos atrás de outras, inacabadas ou necessárias.

De todas as obras a Fiol é a que apresenta maior relação benefício/custo e deve merecer atenção especial, notadamente por viabilizar vários projetos de mineração e reduzir em muito os custos de transporte do algodão e grãos do Oeste para o Porto Sul. Em seguidavem o Porto Sul, sem o qual a Fiol não se viabiliza. Portanto, é imprescindível que todas as forças políticas da Bahia estejam unidas em torno da realização desses projetos, como já fizeram no passado estando juntas na construção da refinaria de Mataripe, da usina de Paulo Afonso e do Polo Petroquímico.

Adary Oliveira é engenheiro químico e professor (Dr.) – [email protected]

 

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