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SE GUEDES CAIR, A POLÍTICA ECONÔMICA DE BOLSONARO FICARÁ IGUAL A DE DILMA

Redação - 27/04/2020 08:15 - Atualizado 27/04/2020

O governo Bolsonaro está cada vez mais parecido com o governo Dilma e sabe que se houver a queda do Ministro Paulo Guedes vai ficar igual. Temendo que essa visão se consolide, o  presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (27), em uma entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, que o “homem que decide a economia” no Brasil é o ministro da Economia, Paulo Guedes (veja aqui). Guedes estava meio sem graça, mas, ao lado de Bolsonaro aceitou o elogio.

O problema é que Bolsonaro ficou parecido com Dilma  ao lançar o oportunista plano Pró Brasil –  uma reedição do famigerado PAC de Dilma. O plano é uma ficção, afinal ninguém acredita que o Brasil, cujas contas públicas estão em situação quase falimentar e tendem a piorar com o advento do coronavírus, será capaz de mobilizar R$ 30 bilhões para tocar imediatamente um programa de obras públicas. É conversa para boi dormir.

O plano de Bolsonaro quer fazer exatamente o que Dilma Roussef fez, ou seja, ampliar o tamanho do estado na vã esperança de que mais estado possa fazer deslanchar a economia. É verdade que foi o coronavírus que trouxe de volta o Estado para a economia, mas todos os países do mundo estão fazendo isso de forma pontual – preservando o emprego e as empresas enquanto durar a pandemia – e, em nenhum momento, qualquer país aventou a possibilidade  de gastar dinheiro público em infraestrutura para estimular os negócios, afinal isso faria e fará explodir a dívida pública e com duvidoso efeito em uma economia paralisada pelo coronavírus.

Se Paulo Guedes cair, a face estatizante do governo Bolsonaro vai emergir e aí será o ressurgimento da política econômica de Dilma. Guedes não esconde de ninguém seu desprezo pelo plano Pró- Brasil, que ele mesmo chama de PAC de Marinho, em alusão ao plano de Dilma e ao Ministro do Desenvolvimento Regional que é o pai do programa. E comenta-se nos corredores do Palácio do Planalto que a política fiscal de Guedes só faria efeito a longo prazo e isso não seria funcional para um presidente que só pensa na eleição de 2022.

Por quanto tempo, Guedes, que não participou do lançamento do programa, vai aceitar uma cunha estatizante no seu plano liberal?

Bolsonaro tenta desesperadamente se sustentar e nesta segunda-feira tentou blindar Guedes, mas niguém acredita na blindagem dele. No primeiro revés ele larga Guedes  e, como Dilma, tentará  segurar seu governo fazendo a economia crescer através da intervenção estatal. Se isso não foi possível em tempos normais, imagine com o coronavírus sangrando todo dinheiro do Estado. Guedes já não tão é funcional ao governo e se ele cair o governo Bolsonaro vai ficar igual ao de Dilma Rousseff: sem compromisso com o combate a corrupção e sem compromisso com a agenda liberal. (EP-27/04/2020)

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