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ESTA SEMANA A DECISÃO ECONÔMICA VAI MOSTRAR QUEM TEM CACIFE POLÍTICO

Redação - 27/02/2023 11:08 - Atualizado 27/02/2023

A semana é decisiva não apenas para a economia, mas também na politica. Isso porque será decidido ainda na terça-feira se o governo vai ou não reonerar os combustíveis.

A decisão é importante sob o ponto de vista político, pois vai mostrar a verdadeira força política do Ministro Fernando Haddad. Todo o staff do Ministério da Fazenda fechou com a proposta da volta dos impostos aos combustíveis, com exceção do diesel e do gás de cozinha e talvez das compras de petróleo. Se fizer isso, o governo dará um sinal à economia e ao mercado de que terá responsabilidade com as contas públicas e, ao mesmo tempo, ao manter o subsidio do diesel, que está preocupado em dar condições de retomada do processo econômico. Esse seria o caminho correto, segundo a maioria do economistas, mesmo que num primeiro momento tenha algum impacto inflacionário.

Esse impacto inflacionário é, ele mesmo, uma incógnita, afinal será possível aumentar preços num cenário de juros altíssimos e desaceleração econômica. A equipe econômica está correta, pois trabalha no longo prazo, viabilizando o aumento da gasolina agora para que no longo prazo a pressão inflacionária dos aumentos de preços seja absorvida seja possível iniciar a trajetória de queda nos juros.

Mas o setor politico do governo, capitaneado por Gleisi Hoffman e Aloisio Mercadante trabalha no curto prazo e na hipótese de popularidade de Lula cair se houver aumentos nos combustíveis. Ora, um governante sabe que sua popularidade oscila e precisa pensar mais no país e não nela. Por isso o correto será a opção proposta por Haddad que daria início ao processo de estabilidade da economia. A proposta de manter os subsídios, por outro lado, vai exigir que a Petrobras mude sua política de preços e aí voltaremos aos passado novamente.

Lula é, no entanto, um animal política e deve dosar as duas propostas, talvez buscando mais tempo para tomada de decisão, mas dificilmente ficaria radicalmente contra seu ministro da Fazenda.(EP- 27/02/2023)

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