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SALVADOR ACHATOU POUCO A CURVA DE CASOS DE COVID-19 E SEGUE O MESMO CAMINHO DE SÃO PAULO

Redação - 20/04/2020 08:51 - Atualizado 20/04/2020

Há uma falsa informação espalhando-se por parte da população de Salvador, a de que na cidade o surto de coronavírus está acontecendo de forma mais leve. Nada mais enganador. A curva de contágio de Salvador e sua região metropolitana exibe tendência semelhante a de outras regiões como São Paulo e Rio de Janeiro, com a única diferença de que por aqui o primeiro caso de contaminação chegou mais tarde e o distanciamento social se deu mais precocemente.

Mas, apesar das medidas corretas adotadas pelo Prefeito ACM Neto e pelo Governador Rui Costa, nada mudou, o número de casos continua crescendo de forma exponencial em Salvador e região metropolitana e vai comprometer todo sistema de saúde. A afirmação está baseada em duas constatações. A primeira é que a maior parte da população da cidade, aquela que mora nas favelas e na periferia, não está assumindo com seriedade o isolamento social, pelo contrário, o que se vê são ruas lotadas, feiras livres funcionando livremente e pessoas transitando por toda a parte. A segunda constatação é que Salvador não tem hospitais e UTIs suficientes para enfrentar o crescimento exponencial dos casos e, mesmo com a ampliação da rede, realizada tanto pela prefeitura, quanto pelo governo do Estado, a tendência é de esgotamento rápido do suporte hospitalar para enfrentar a pandemia, especialmente no que se refere a UTIs e respiradores.

Basta ver a curva de casos de Salvador, São Paulo, e Rio de Janeiro para verificar que elas tem a mesma inclinação – o achatamento da curva é quase imperceptível – e constatar que, quando  completar 60º dia após o primeiro caso,  em 6 de maio, a pandemia em Salvador estará em patamar semelhante,  proporcionalmente é claro,  ao que se verifica hoje em São Paulo. (infográfico do Estado de São Paulo).

Os primeiros sinais já estão aparecendo, e, o aumento de casos de coronavírus, já esgotou a capacidade do  Hospital Santo Antônio, pertencente às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que iniciou a transferência de pacientes. (aqui). E na última quinta-feira (16), a Osid confirmou que tinha 64 funcionários e 30 pacientes infectados. O próprio  secretário estadual de Saúde Fábio Vilas-Boas, confirmou que o hospital Santo Antônio sofre um surto de covid-19. Ora, se o surto da doença já atingiu o hospital que recebe a população pobre de Salvador, é porque a doença já está em franco processo de disseminação.

O quadro que se desenha para Salvador e sua região metropolitana é grave e, embora as medidas adotadas – isolamento social, redução da mobilidade urbana, uso de máscara e outras – sejam adequadas e conforme o que determina a OMS não se pode descartar o agravamento da situação e a necessidade de serem adotadas medidas mais efetivas.

O fato é que a população de Salvador e região metropolitana vai se deparar nos próximo 15 dias com um inimigo de peso e todos precisam estar prontos para o enfretamento.

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