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COTA DE FUNDOS IMOBILIÁRIOS FICA MAIS BARATA E ATRAI NOVOS INVESTIDORES

Redação - 16/07/2018 08:33

O baque da greve dos caminhoneiros sobre a economia nacional e a volatilidade nos mercados globais colocaram em xeque a recuperação do setor de fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Por outro lado, o cenário adverso abriu um filão para o aplicador, que consegue desembolsar menos pelo investimento, obtendo no final a mesma rentabilidade.

Os FIIs são investimentos de renda variável e negociados como ações, mas, em vez de empresas, o aporte é em imóveis. Dentro do fundo, cada investidor tem uma cota correspondente ao montante aplicado, que rende um valor todo mês, daí a semelhança com a renda fixa. Ao dividir o preço da cota pelo valor patrimonial do fundo, é possível se ter uma ideia de quanto as pessoas estão dispostas a investir.

Em maio, praticamente todos os dez fundos mais negociados no Brasil, segundo a B3, ficaram com suas cotas em baixa. Diante de uma crise, como a da paralisação dos caminhoneiros, os cotistas que querem sair dos fundos entram em pânico e tendem a jogar para baixo o preço da cota no mercado. Mas o valor da renda mensal – obtida com os contratos que existem dentro do fundo, se mantém, já que eles são de longo prazo. “É mais ou menos como ocorre na economia real, você não vê inquilinos cancelando contratos por conta de um evento como uma greve”, explica Rodrigo Cardoso, sócio fundador do Clube FII.

Outro fator que pressiona o valor das cotas dos fundos é a alta dos juros futuros, que aponta como deverá estar a taxa Selic lá na frente. A relação entre o preço das cotas dos fundos e os juros é inversa, explica Arthur Vieira, professor de finanças da Fecap. Com a tendência de juros mais altos, os títulos de renda fixa ficam mais atrativos. Como nos FIIs não é possível mexer na renda mensal, já fechada por contratos de aluguéis ou papéis atrelados ao setor, o preço das cotas tem de baixar para oferecer um prêmio melhor e atrair mais investidores. Na prática paga-se menos pelo mesmo retorno.

Com esses dois movimentos favoráveis à entrada, o número de investidores subiu mais de mais de 20% entre janeiro e maio. No primeiro mês do ano havia 125,8 mil investidores. Em maio já eram 155 mil, patamar mais alto desde 2010, segundo dados divulgados pela B3. “Mais investidores traz mais liquidez ao mercado e quem entra olha mais pra renda do que para a possibilidade de a cota diminuir. Ele quer o retorno no longo prazo e não no curto”, diz Vieira, da Fecap. (Estadão)

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