Bahia Econômica – Qual a importância da interiorização do Refino no estado da Bahia?
Evaristo Pinheiro – A importância da interiorização do refino é dupla. A primeira é porque eu implanto refinarias já preparadas para o tipo de demanda que existe naquela região, naquela micro que é uma vantagem porque ela gera mais eficiência, eu já produzo algo que é aquele meu mercado demanda, eu já sei que o mercado demanda, eu tenho também menos trânsito, ou seja, menos trânsito de caminhão, mais eficiência. Então isso é um primeiro ponto. E o segundo ponto é o seguinte, nessa interiorização do investimento eu fico perto do que da biomassa, porque no interior em geral você tem mais produção agrícola, então eu fico próximo da biomassa, o que favorece o investimento. Em biorefinarias. Então, essa é a dupla vantagem de interiorizar o investimento.
Bahia Econômica – Como o senhor observa o potencial da Bahia para o refino?
Evaristo Pinheiro – A Bahia está liderando o Brasil nesse sentido. Tem três refinarias, é o estado que mais tem refinarias aqui no Brasil e é o maior de refino independente. A Bahia tem muito potencial, porque tem uma produção agrícola pujante, é um estado grande, então é um estado que logisticamente tem uma demanda muita forte, então tem várias cidades grandes, isso também determina o investimento em refino, então a Bahia tem imenso potencial.
Bahia Econômica – Como o senhor enxerga a mudança no comando da Petrobrás?
Evaristo Pinheiro – A futura Presidente Magda Chambriard conhece profundamente, ela é uma pessoa de carreira da Petrobras, ela conhece profundamente o mercado de refino, ela atuou também em favor, como consultora, das produtoras de petróleo independentes, então ela conhece o que é o mercado de produção independente de petróleo, de refino independente, e ela sabe que o Brasil precisa mais do que qualquer coisa de independência ou de segurança energética, então a gente espera poder trabalhar com a Petrobras, juntamente com a Petrobras, para satisfazer esses investimentos em refino no Brasil, é possível conviver com investimento em refino da Petrobras e investimento privado, não há nenhum problema quanto a isso, então nesse sentido a expectativa é a melhor possível, a gente espera. Trabalhar junto com a Petrobras, continuar trabalhando junto com o Ministério de Minas e Energia, com o Ministério da fazenda e Casa Civil para que a gente possa avançar nas pautas aqui que a gente apresentou no programa.
Bahia Econômica – Como o senhor analisa o Projeto de Lei 1472/2021 que trata da tributação do petróleo exportado para custeio do fundo de estabilização?
Evaristo Pinheiro – Então, João, o 1472 ele trata de um fundo de compensação para. Momentos em que eu preciso entrar subsidiando o preço de gasolina e diesel, mais que nada o diesel. Ele está parado, mas é um projeto muito interessante que deveria, na nossa visão, ser avançado, porque permitiria que em momentos de bom preço internacional e que não gerem inflação no Brasil, a gente acumule recursos nesse fundo, e num momento internacional mais adverso, que o preço sobe demais e que a gente precisa entrar regulando para que não tenha impacto inflacionário, a gente use do fundo e não do caixa da Petrobras. Então, isso seria uma belíssima solução para o Brasil, na nossa visão.
Bahia Econômica – Como o senhor enxerga a Petrobrás com a política de Preços que descola do cenário internacional?
Evaristo Pinheiro – Um dos problemas que a gente enfrenta hoje é que a Petrobras abandonou a paridade internacional, né, João? Existe o preço internacional de diesel, gasolina e outros derivados e a Petrobras está vendendo abaixo desse preço. Então, se a Petrobras realinhar um pouco, a gente encontrar um meio termo aqui que a gente conseguisse, que a gente consiga conviver com a Petrobras, a gente certamente vai encontrar esse meio termo, aí eu acho que sim a gente consegue deslanchar o investimento privado em refinarias no Brasil.