Bahia Econômica – Qual a avaliação faz do mercado baiano para os laboratórios? Está em expansão?
Lídia Abdalla – A Bahia é um estado estratégico, um dos que mais crescem no Nordeste. A região tem uma grande tradição em saúde e tem recebido diversos investimentos. Inclusive, Salvador sediará o 56º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial, que será realizado, de 10 a 13 de setembro. No evento, estaremos com diversos profissionais de todas as regiões do país apresentando trabalhos técnico – científicos a partir de pesquisas em diferentes áreas da medicina laboratorial, com apresentação de mais de 40 trabalhos científicos.
Para nós, o estado sempre foi um local importante. Nossa primeira unidade fora de Brasília foi inaugurada em 2009, em Barreiras, inaugurando uma expansão que depois levou nossas operações para 78 cidades em 14 estados. Atualmente, temos 21 unidades na Bahia. Além de Barreiras, estamos em Salvador, Luís Eduardo Magalhães, Camaçari, Santo Antônio de Jesus e Lauro de Freitas. Na capital baiana, por exemplo, oferecemos serviços de análises clínicas, vacinas e exames por imagem.
Bahia Econômica – Quais são os principais fatores que impulsionam o crescimento do mercado de análises clínicas e vacinação atualmente?
Lídia Abdalla – A inversão da pirâmide etária, as epidemias e surtos, principalmente relacionados às infecções respiratórias e às arboviroses, demandaram não só diagnóstico rápido e de qualidade, mas também mais precisos. As vacinas ganharam um maior protagonismo nas ações de prevenção na jornada de cuidados da saúde dos adultos. Outra área que temos investido muito é a genômica, com o desenvolvimento e ofertas de testes que conseguem identificar e ampliar a rastreabilidade de doenças raras. Dessa forma, estamos ampliando a atuação tanto na medicina preventiva e diagnóstica quanto na preditiva, apoiando a comunidade médica nos desafios de um diagnóstico rápido e que tem um impacto grande não só no tratamento precoce de doenças, mas também na qualidade de vida dos pacientes.
Bahia Econômica – Quais desafios as empresas de análises clínicas e vacinação enfrentam para manter o crescimento sustentável?
Lídia Abdalla – Ampliar o acesso à saúde é um desafio importante. Estudos apontam que parte dos pacientes diabéticos não sabe que tem a doença, seja por falta de informação ou de acesso a serviços. Levar informação rápida e precisa é um diferencial de quem quer ser protagonista nesse processo. No Sabin, investimos muito em métodos inovadores e na formação de um time multidisciplinar que conta com médicos, bioquímicos, biomédicos, biólogos e outras especialidades como bioinformatas para que possamos dar suporte à comunidade médica e também aos pacientes nas suas necessidades na sua jornada de cuidados com a saúde. O crescimento sustentável acontece quando podemos entregar valor para toda a cadeia produtiva. Por isso, nos tornamos um ecossistema de saúde, integrando soluções para medicina preventiva, diagnóstica e preditiva e apoiando as operadoras de saúde e as empresas na gestão da saúde de grupos populacionais, por meio da Amparo Saúde, que oferece serviços de atenção primária.
Bahia Econômica – Como a inovação tecnológica e a digitalização estão transformando o mercado de saúde e quais oportunidades surgem para novos negócios?
Lídia Abdalla – A inovação tecnológica e a digitalização estão permitindo enfrentar o desafio do acesso à saúde. Há 3 anos, lançamos nossa plataforma integradora de serviços de saúde que desempenha esse papel. Hoje, a Rita Saúde já tem 80 mil usuários em todo o país, incluindo os baianos. Nessa plataforma, a partir de uma assinatura de adesão, o usuário passa a ter acesso a uma comunidade de saúde em condições e preços muito diferenciados. Além de consultas, o Rita Saúde conta com farmácias e um diverso grupo de médicos especialistas. É possível ainda ter acesso à telessaúde, o que faz toda diferença para quem tem dificuldade de mobilidade, seja por questões de saúde ou por estar em locais mais afastados dos grandes centros.
Bahia Econômica – Como está o período de pós-pandemia para os laboratórios?
Lídia Abdalla – A demanda pelos exames se recuperou e, em 2023, voltou aos níveis pré-pandemia; ou seja, as pessoas voltaram a fazer seus check-ups e a procurar o laboratório para os exames preventivos. A demanda por vacinas também cresceu, alavancadas, principalmente, pelas vacinas para adultos e a vacina contra a dengue.
Foto: Cláudio Belli