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CAMAÇARI: AS NOVIDADES TRAZEM RISCOS, POR ISSO A DISPUTA PELA PREFEITURA DEVE SER ENTRE OS EX-PREFEITOS

Redação - 07/08/2023 07:03 - Atualizado 07/08/2023

Sob o ponto de vista político ou econômico, Camaçari é um município estratégico para a Bahia. É a sede do maior polo industrial do Nordeste,  tem o segundo maior PIB e o quarto maior colégio eleitoral do estado, ou seja, trata-se de uma vitrine política para os partidos. Além disso, a disputa pela Prefeitura sempre foi acirrada, colocando em lados opostos o PT e o União Brasil, antigo DEM. Para se ter uma ideia da temperatura da disputa nesta eleição de 2024, nesse momento, três ex-prefeitos, todos com base eleitoral expressiva, se colocam como possíveis candidatos e, cada um deles, tem fortes ligações com as maiores lideranças políticas dos Estados.

O atual prefeito Elinaldo Araújo venceu as duas últimas eleições e tem a missão de escolher um candidato para representar o União Brasil. Já Luiz Caetano, que foi prefeito duas vezes, deve ser o candidato do PT e pode reeditar o bate-chapa entre dois ex-prefeitos após 20 anos.

Estamos falando de uma possível disputa de Caetano, atualmente secretário de Relações Institucionais no governo Jerônimo Rodrigues, com o vice-prefeito de Camaçari,  José Tude, ou com Helder Almeida, superintendente de Trânsito e Transporte Público. Todos eles já ocuparam a Prefeitura de Camaçari. É verdade que este cenário ainda não está definido já que nenhum dos citados se colocou como pré-candidato e outros nomes são citados.

Do lado do PT, embora Luiz Caetano já se movimente como pré-candidato, o nome de sua esposa, a deputada federal Ivoneide Caetano, é sempre lembrado como uma alternativa. Do lado do União Brasil, o próprio prefeito Elinaldo Araújo apresentou, além dos nomes de Tude e Helder, outros quatro nomes que poderiam ser candidatos: Flávio Matos, presidente da Câmara Municipal; o vereador Júnior Borges; Jorge Curvelo, vereador licenciado e secretário de Esporte, Lazer e Juventude; e o do vereador licenciado e secretário de Saúde, Elias Natan.  O prefeito anunciou que a definição do candidato acontecerá em janeiro de 2024.

Ora, numa disputa que promete ser acirrada e que será estratégica na eleição para governador em 2026 não cabe fazer experimentos e qualquer novidade tem de estar fortemente ancorada em pesquisas e nas lideranças que darão sustentação à candidatura.

Nesse sentido, no que se refere ao PT, a candidatura de Luiz Caetano parece ser o caminho natural, não só por sua densidade eleitoral, como pela proximidade a nomes petistas como o do governador Jerônimo Rodrigues, o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o do senador Jaques Wagner e o do ministro da Casa Civil, Rui Costa. É verdade que Ivoneide Caetano também tem densidade eleitoral, afinal, disputou a última eleição com o atual prefeito e teve 41% dos votos, além disso teve uma votação expressiva na eleição para a Câmara de Deputados.  Ainda assim, boa parte desses votos tiveram origem na militância política de seu marido, e em uma disputa renhida como a que se avizinha,  manda a prudência que coloque em campo o time principal.

O mesmo raciocínio serve para o União Brasil e todos os nomes citados são lideranças expressivas no município e com futuro político promissor. Mas a experiência de José Tude e Helder Almeida se sobressaem nesse cenário. Helder Almeida é o presidente do União Brasil em Camaçari e na condição de prefeito foi o principal articulador da eleição do então vereador Elinaldo. Além disso, é muito próximo do ex-prefeito ACM Neto, líder do União Brasil. Já Tude também tem a seu favor a experiência e a proximidade com as lideranças políticas do União Brasil e seu partido, o PTB, comporá a aliança seja na cabeça de chapa ou na vice. Se a escolha fosse exclusivamente de Elinaldo, os nomes de Flávio Matos e Helder Almeida se destacariam pela relação pessoal com o prefeito, mas essa escolha envolve aspectos políticos muito maiores.

Aqui é preciso acrescentar que muitos estrategistas discordam dessa análise e apostam na renovação, representada pelo Presidente da Câmara Municipal, Flávio Matos, que está em seu segundo mandato como vereador do município e desponta como uma liderança nova. É possível, mas numa eleição em que do lado do adversário estará o governador Jerônimo Rodrigues e o time de Lula, com a possibilidade do próprio entrar em campo, talvez seja temerário apostar num time sub 20, por mais que ele seja promissor.

Essas são as premissas e é preciso agregar a elas as alianças que serão feitas e a escolha dos vices que darão conformação a chapa. Só aí o jogo estará completo.

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