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ENTREVISTA – CLAUDIO CUNHA – PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE DIREGENTES DE EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO (ADEMI-BA)

admin - 26/07/2021 06:00 - Atualizado 27/07/2021

Por: João Paulo Almeida

Bahia Econômica – Os materiais que são essenciais para construção civil como o aço por exemplo estão muito mais caros. Isso pode atrapalhar o momento da construção civil na Bahia?

Claudio Cunha – Eu acredito que o momento requer uma certa analise. Nós temos esses produtos, como o aço, que devido à pandemia tiveram suas fábricas sem produzir um tempo. Quando foram reabertas esses produtos tiveram um aumento substancial no preço, então isso acaba sim interferindo no custo da construção e por tabela no preço dos imóveis. Na Bahia isso atrasou um pouco alguns lançamentos previstos para esse semestre, porém as obras que estavam em andamento não pararam de construir. Mesmo com a alta no preço dos produtos.  Esses imóveis tendem a ser reajustados de acordo com o INC. Precisamos destacar que além do preço alto dos insumos, nós também vivendo um momento de alta na inflação, que também interfere nessa questão. Além disso tudo, também estamos em uma pandemia que afeta diretamente a economia. Mesmo assim a construção civil na Bahia se mantém forte, como geradora de emprego e forte na economia.

BE- O preço dos imóveis pode sofrer reajuste devido a alta desses matérias essenciais ?

Claudio Cunha- A tendência que haja sim um pequeno reajuste no preço dos equipamentos que estão em obras. Aqueles que ainda não foram lançados não. Esses devem esperar um pouco para as coisas se normalizarem mais. Aqueles que estão em obra devem sofrer pequenos reajustes com base no INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Nada que atrapalhe o bom momento do setor no semestre.

BE- Qual a expectativa do mercado para o segundo semestre na Bahia?

Claudio Cunha – Tradicionalmente, o segundo semestre é melhor que o primeiro para a construção civil. Salvador registrou um aumento de 40% na venda de imóveis no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período no ano passado, segundo levantamento da Ademi-BA. Os números já permitem afirmar que o mercado imobiliário baiano está vendendo mais do que nos últimos dois anos. Em toda a Bahia, o percentual de aumento de venda de imóveis foi de 21% no período. Nos últimos seis meses, o estado registrou a venda de 4.247 unidades e a expectativa é chegar a 9 mil unidades nesse segundo semestre.

BE- Qual a expectativa de novos lançamentos para a Bahia no segundo semestre ?

Claudio Cunha – A expectativa é de 6 mil lançamentos ainda esse ano, mas devemos ficar atento ao momento da economia e ao momento da pandemia. Se a alta nos produtos continuar esses lançamentos podem ser adiados.

BE- Qual a expectativa de geração de empregos na construção civil para a Bahia no segundo semestre?

Claudio Cunha- Nós vamos manter o ritmo de alta. A construção civil sempre foi pioneira na geração de emprego no estado e nós tradicionalmente somos o primeiro setor a se recuperar de crises e dessa vez não vai ser diferente. Nós devemos ampliar o número de contratações a medida que novos lançamentos surgirem.

BE- Como está o processo que a ADEMI moveu contra a Coelba pleiteando questões como custos e outros ?

Claudio Cunha- A Coelba deixou de investir nos últimos anos e isso tem atrapalhado o desenvolvimento da construção civil no estado. Nós estamos com muita dificuldade, principalmente em novos lançamentos, para fazer com que a Coelba siga as normas da ANEL para lidar coma construção civil. Estamos trabalhando para tentar chegar a um acordo com eles.

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