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A DESISTÊNCIA DE BELINTANI DEFINE E FORTALECE A CHAPA DE NETO E DÁ FORÇA A CANDIDATURA DE ISIDORIO

Redação - 02/01/2020 05:00 - Atualizado 02/01/2020

A decisão de Guilherme Belintani de não de candidatar nas eleições para Prefeitura de Salvador tem duas consequências imediatas: fortalece a posição do pastor Sargento Isidoro e define da chapa escolhida por ACM Neto para disputar a Prefeitura de Salvador. Fortalece a chapa, pois Belintani era o único dos pré-candidatos com capacidade de enfrentar o candidato do Prefeito no campo da gestão, já que tem em seu currículo experiências exitosas, não só como presidente do Bahia, mas também como secretário do próprio ACM Neto.

Além disso, Belintani seria um candidato difícil de descontruir, já que é articulado e teria potencial para se sair bem nos debates, elencar prioridades e agregar potenciais apoiadores.  Belintani seria um candidato que poderia tirar os votos de centro-esquerda do prefeito, o que poderia favorecer uma estratégia política que desse mais visibilidade a Léo Prates, melhor assimilado na esquerda.Sem Belintani no páreo, a chapa de Neto fica definida, saindo com Bruno Reis na cabeça e tendo Léo Prates como candidato a vice, constituindo-se em uma chapa fortíssima que será difícil de bater.

O outro efeito imediato da desistência do Presidente do Bahia é o de fortalecer  a candidatura do Pastor Sargento Isidoro, que passará a ser um polo de atração de apoiadores. Isidoro está muito bem situado nas pesquisas, tem o apoio do PSD e do Senador Otto Alencar e a simpatia do governador Rui Costa. Evidentemente, a candidatura do Pastor encontrará resistências na parcela mais esclarecida da população e tem contra si não apenas o exotismo da sua atuação, mas também a falta de experiência na área de gestão. Isso terá de ser compensado com a escolha de um nome para ser candidato a vice que seja sinônimo de gestão e competência e que tenha a confiança da população de modo a contrabalançar o exotismo do candidato que se auto intitula de doido.

É claro que nesse cenário falta definir qual o papel do PT e o nome do candidato que será lançado pelo partido já que a estratégia de pulverizar as candidaturas para forçar um segundo turno está claramente definida pelo governador Rui Costa e pelo Senador Jaques Wagner. Aqui entra também a hipótese da participação direta de  Lula no pleito, pois caso o ex-presidente assuma um candidato e venha fazer campanha para ele, o cenário pode mudar, embora tradicionalmente as eleições municipais não se prestem a uma disputa política federalizada. No mais, é ver como as nuvens da política baiana vão se mover nas próximas semanas. (EP – 02/01/2020)

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