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SERGIO FARIA – VICE PRESIDENTE DA TPC

Redação - 07/01/2019 07:00 - Atualizado 07/01/2019

BE-  Qual a expectativa das exportações da Bahia em 2019, visto que a tendência colocada pelo mercado é que a economia retome uma linha de crescimento maior que em 2018 ?

SF – A expectativa para as exportações baianas em 2019 é positiva. 2018 foi um ano muito bom para o agronegócio e a perspectiva é que isso se repita em 2019. Além disso, a indústria automotiva, que enfrentou graves dificuldades em 2018, começar a dar sinais de recuperação com o reaquecimento das vendas do setor. Para além das particularidades da economia baiana, o clima no setor produtivo em geral é de otimismo, com os investidores retomando a confiança e apostando em um novo momento para o País.

BE – Uma das reformas que o governo Bolsonaro e sua equipe econômica colocou em discussão para o seu governo foi a reforma fiscal. Quais os pontos em termos de ajustes fiscal que você acredita são mais importantes para se abordar na reforma fiscal ?

SF – Ainda não se sabe o quê exatamente será feito pelo novo governo em termos de reforma fiscal, mas o discurso de corrigir distorções, evitar o aumento da carga tributária para o setor produtivo, criar condições para estabilidade jurídica visando novos investimentos a médio e longo prazo, eliminar privilégios setoriais, fomentar exportações, austeridade no controle dos gastos públicos, privatizações e combate à corrupção é tudo o que o País precisa para retomar o crescimento econômico.

BE – O governador está com duas empresas grandes da China interessadas em investir no complexo viário do Oeste. Esse projeto tem mais de 10 anos na mão do governo, porém não avançou muito. Caso saia do Papel quais as vantagens que ele traria para as exportações do estado?

SF – Se o projeto sair do papel, será algo direcionado para o setor de mineração. O Porto Sul voltado para escoamento de grãos e movimentação de contêineres, como originalmente pensado, é um equívoco e não se viabiliza.

BE – O governo Bolsonaro prometeu reduzir o número de ministérios e reduziu. O senhor sentiu que poderia existir mais espaço para o setor de exportações na nova modelagem do governo federal? Como o senhor avalia a montagem dos ministros de bolsonaro para a questão dos portos no Brasil?

SF- Houve uma redução numérica de ministérios e creio que isso seja importante. Entretanto, o que me parece mais significativo é a redução da influência do critério político partidário na escolha dos ministros, com maior valorização de elementos como capacidade técnica e idoneidade moral para o exercício das funções de Ministro de Estado. Especificamente com relação ao setor portuário, acho que a incorporação de várias pastas em um ministério único de infraestrutura, por si só, não significa menor atenção ao setor. Na realidade, o que até aqui se fazia era ampliar o número de ministérios com o fim específico de criar uma oferta maior de cargos que eram distribuídos para atender à demanda dos políticos e seus partidos. A perspectiva de encerramento dessa política do “toma-lá-dá-cá” é uma sinalização muito positiva, condição necessária (ainda que não suficiente) para a melhoria da eficiência e da moralização do Estado Brasileiro.

BE – O senhor é contra ou a favor da política de privatização de portos e aeroportos que o governo pretende estender em 2019?

SF- Sou plenamente favorável. Não tenho dúvidas de que a iniciativa privada está pronta para ocupar esse espaço e promover as transformações necessárias. O que o investidor precisa é de segurança jurídica para planejar seus negócios no longo prazo.

BE-  O BNDES é um órgão que ajuda muito na exportação pelo fornecimento de credito ao produtor entre outras questões. Qual sua expectativa com a gestão de Joaquim Levy ?

SF – O Joaquim Levy é um técnico altamente qualificado, com uma visão completa dos principais gargalos da nossa economia e sabe a necessidade de investimentos estratégicos em infraestrutura, de modo que a minha expectativa é inteiramente favorável.

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