Bahia Econômica – A prefeitura de Salvador anunciou o retorno das aulas presenciais na capital a partir de hoje. Dia 03 de Maio. Como as escolas particulares estão vendo esse processo?
Wilson ABdon – Nós estamos vendo com bons olhos esse retorno. Essa já é uma demanda que as escolas particulares estão brigando há muito tempo e agora conseguimos. Acreditados que as escolas particulares estão prontas para essa nova realidade, para oferecer um ensino com segurança para professores e alunos. Vamos oferecer duas modalidades de ensino. Remota e hibrida e esse retorno deve ser escalonado. Algumas escolas vão retornar dia 03, outras vão retornar dia 10, outras um pouco depois. Vamos fazer de tudo para evitar aglomerações. Essa semana estamos convidando país e alunos para fazer uma visita nas escolas e conhecer os locais, conhecer os treinamentos oferecidos e trazer segurança a todos
BE- Outros estados que retornaram as aulas em momentos de alta da doença tiveram que voltar atrás e fechar as portas. Como as escolas estão se preparando para que essa volta seja definitiva?
WA- Existem duas realidades que precisam ser analisadas. A rede publica e a rede privada. Falando da Bahia e de Salvador, as escolas investiram em treinamentos para professores e colaboradores, novas estruturas, novos horários, então nós criamos um ambiente seguro para que os país e alunos tenham o melhor do ensino que as escolas podem oferecer. A doença é uma realidade da nação inteira e o modelo de ensino tem que se adequar a ela. Não acredito que esse processo venha a acontecer na Bahia.
BE- As escolas particulares estão há quase um ano e meio fechadas. Como está a situação dessas escolas?
WA- Muito complicado. São 1300 escolas particulares em toda Salvador e 1200 são escolas de bairros pequenas. Essas 1200 estão tendo que demitir funcionários e buscar reduzir custos para sobreviver. Realidade que não desejo a nenhuma empresa, mas a situação econômica não permite mudanças. Caso esse retorno às aulas não seja concretizado por questão da APLB e greve existe o risco de mais de 21 mil pessoas que trabalham em escolas percam suas vagas de trabalho criando um sistema de colapso irreversível.
BE- Sobre a APLB eles alegam que os alunos podem transmitir o vírus para os professores e funcionários, essa é uma realidade levada em conta pelas escolas particulares?
WA- Sim e não. Nós entendemos a realidade da contaminação e entendemos que podemos ter casos nas salas, porém esse argumento levado para outros setores da economia não estão sendo efetivos. No comércio, por exemplo, que tem ficado aberto e não tem tido contribuição para que o vírus se espalhe. Bares e restaurantes dentre outros. Nós temos um sistema mais seguro que esses locais para trabalhar. Com distanciamento, obrigação de máscara, dentre outros. Vamos trazer segurança máxima para nosso alunos e colaboradores.
BE- Se a APLB manter a greve as escolas particulares vão manter o escalonamento de reabertura?
WA- Sim, com certeza vamos reabrir dia 03 de maneira escalonada.
BE- Falando do ano letivo vai precisar alguma alteração de calendário?
WA- Não. Nós estamos com ensino em modo online em dia e não temos previsão de alterar calendário. Cumprimos o período de matricula no inicio do ano. Iniciamos o ano normalmente e agora vamos migrar para presencial normalmente. O problema está na rede publica de ensino. Eles não terminaram o ano de 2020, não cumpriram a carga horária de 2021 e estão prejudicados, porém a rede particular de ensino está em dia e vai ficar em dia.
Foto: divulgação