Por: João Paulo Almeida
Bahia Econômica – Salvador é uma das cidades que mais gera desemprego no nordeste e no Brasil segundo dados do IBGE. Quais seriam os pontos que o senhor abordaria para gerar mais emprego em salvador?
Celsinho Cotrim – Não será uma tarefa fácil, porque não existe mágica quando se trata de economia. A verdade está estampada no prato do almoço, na hora de pegar o ônibus, nos boletos vencidos… Em suma, estamos falando de vidas humanas, do sustento das famílias soteropolitanas, dos sonhos que estão sendo frustrados…
Primeiro de tudo, pretendemos atualizar a estratégia econômica de Salvador para os próximos 20 anos, focando em ações que aqueçam a economia e por consequência, gerem emprego e renda. E como fazer isso? Primeiro, junto com a Câmara de Vereadores, precisamos chamar os empresários, os trabalhadores, as entidades sindicais, entidades patronais, as secretarias da fazenda e planejamento do município, do estado e União para implantarmos um comitê de emergência para tirar da UTI a economia, o emprego e a renda, através da desoneração da folha, isenção ou redução de tributos, a desburocratização das licenças municipais, apoio ao crédito e cursos de qualificação empresarial. Desta forma, acreditamos ajudar na manutenção e recuperação das empresas, assim como na atração de novos investimentos.
Concomitantemente a essas ações para o empresariado, teremos ações para os trabalhadores a fim de que eles possam conseguir emprego ou se realocarem no mercado de trabalho e isso tudo com estímulo através dos cursos de qualificação profissional.
Fora isso, ampliaremos a presença, nos bairros soteropolitanos, do SIMM – Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra, que foi nossa “cria” durante a gestão do ex-prefeito João Henrique, e, assim, poderemos cadastrar os desempregados e os que querem recolocação no mercado de trabalho, bem como intensificar a busca por vagas nas empresas.
Para aquecermos ainda mais a economia do município, apoiaremos e fortaleceremos o comércio e os serviços, além de uma fomentação do empreendedorismo junto com o SEBRAE e outros organismos públicos e privados nacionais e internacionais, como forma das pessoas gerarem seu próprio “emprego” e de sua família.
BE- As pesquisas apontam o candidato do prefeito ACM Neto com vantagem diante de todos os cenários. Como trabalhar para reverter essa situação?
CC – Através de bater de porta em porta das casas de Salvador, da ajuda da imprensa, que nos dá esses espaços para o diálogo público e o debate entre adversários, e também dos nossos amigos e amigas que apoiam a candidatura, pretendemos tornar os nossos projetos e ideais cada vez mais popularizados, “na boca do povo”.
Confio que, se todos os soteropolitanos nos ouvirem por alguns minutos, dia após dia, surgirá uma parcela significativa de eleitores que esperam por uma terceira via, e essa multidão indignada com a velha política, com o desemprego, com a fila da regulação da saúde, com a corrupção e com a insegurança pública é que vai nos eleger.
BE- Quais seriam suas propostas para educação básica de salvador?
CC- Nós a escolhemos como carro chefe original de nosso Programa de Governo porque sabemos que a nação que investe prioritariamente em uma boa educação, interessa-se para o cumprimento das leis, tem a ética como bandeira, combate a corrupção e as benesses, pratica a cidadania e como consequência, desenvolve-se. E dentro da pasta de educação, teremos como prioridade a educação em tempo integral.
BE- Quais seriam suas propostas para saúde pública de Salvador?
CC- Bem, como são muitas, tentarei resumi-las e citar as principais: ampliação do horário de atendimento das Unidades de Saúde da Família (USFs) até as 22h; implantação da Universidade Corporativa de Saúde da Prefeitura de Salvador; abrir concurso para novos servidores; valorizar o servidor, dar mais ênfase à Atenção Básica, com total foco para o Novo Programa Mais Médicos; ampliação do atual Hospital Municipal; construção de mais um hospital municipal e a construção da primeira maternidade municipal.
BE- Os funcionários públicos estão a muito tempo sem reajuste e insatisfeitos com a gestão do prefeito. Como o senhor vai lidar com o funcionário público na cidade?
CC- O funcionário público é o nosso aliado e será a nossa condição também, já que o prefeito existe para servir ao povo, é também “servidor público”. E não vemos a questão de uma perspectiva puramente hierárquica, olhando de cima pra baixo esses pais e mães de família. Em verdade, sem o funcionário público, não existe gestão municipal. A base de todo governo é o recurso humano, é a vontade somada à retribuição. Assim, necessitamos de pagar bem e qualifica-los bastante, àqueles dos quais dependemos de estarem motivados.
Do professor da escola ao guarda municipal, temos propostas diversas para marcar a nossa gestão na memória dos servidores públicos de Salvador. Está tudo em nosso Programa de Governo, construído através da contribuição popular. Sabemos que dinheiro não é infinito e que despesas precisam ser cortadas. Todavia, não aceitamos a hipótese de cortar na “carne” desse trabalhador honesto e já mal renumerado. Quando as contas estão no vermelho, precisamos tirar de onde o gasto é supérfluo, principalmente de nós, no topo da hierarquia, não dos que estão na base, recebendo seus salários modestos.
BE- O senhor pretende manter a expansão do BRT?
CC- Sim, é claro. Somos contrários a boicotar obras dos antecessores. Ao contrário, costumamos elogiar tudo o que de bom eles fizeram por Salvador, independentemente de partido e ideologia política. Então, sim, nós manteremos a expansão do BRT e, mais ainda, aceleraremos a sua implantação, ampliando as vias.
BE- Qual será a principal frente da sua campanha?
CC- A educação e a recuperação econômica da cidade, pós-pandemia. Vamos ter que elevar bastante o nível da qualidade do nosso ensino e ao mesmo tempo, aquecer a economia pra gerar emprego e renda se tornando a cidade que mais crescerá do ponto de vista educacional e econômico.
Foto: divulgação