O governo federal e o governo da Bahia precisam agir imediatamente estabelecendo medidas mais eficientes para reduzir a velocidade de contágio do novo coronavírus. Não se trata de alarmismo, mas de precaução. Isso porque, embora sejam muitas as lorotas que se espalham na rede dando conta que o calor seria um impeditivo para o vírus se alastrar nos trópicos, (aqui) o que se tem de concreto são as projeções do Banco Central indicando que a velocidade de contágio no Brasil é maior que em outros países, inclusive a China.
A informação é do próprio ministro da Fazenda, que em entrevista a Folha de São Paulo disse o seguinte: “Estados Unidos e Brasil estariam com taxa de contágio mais rápida do que ocorreu na própria China e na Itália”. Mesmo levando em conta que há entre os membros do governo parlapatões de vários calibres, a declaração do ministro é alarmante, até porque instado a dizer os números ele afirmou: “Não me lembro exatamente. Mas era algo assim: na Itália era previsão de 60% de contágio e aqui de 80%. Podemos atingir o pico em um mês. Mas tudo vai depender da prevenção.”
Ora, se uma das mais altas autoridades do país está com esses números é de estranhar que o governo federal ainda não tenha adotado medidas mais duras como, por exemplo, fechar as fronteiras do país e fechar as rotas aéreas que ligam o Brasil a países infectados. Sabe-se que medidas desse quilate tem efeitos graves na economia, mas neste momento a economia deve estar em segundo plano, pois é a vida que importa. Por isso, urge estabelecer a restrição temporária de entrada e saída de pessoas no país, o que já foi feito nos Estado Unidos e na Argentina, e também suspender a importação temporária de produtos sem registro na Anvisa. Além disso, é urgente estabelecer uma estrutura para viabilizar exames e testes que deem o caminho para o isolamento e a vacinação.
O governo da Bahia, por seu turno, deve aproveitar que nosso Estado ainda possui um número baixo de infectados para reservar recursos para a rede de saúde pública e estabelecer medidas imediatas para preparar os hospitais para receber os casos graves de Covid 19. Além disso, já é hora de suspender as aulas, suspender todo e qualquer evento que reúna pessoas, mandar funcionários públicos com mais de 60 anos para casa e verificar que medidas na área econômica podem ser adotadas para apoiar as pequenas empresas nesse momento crítico.
A falta de informação na Bahia atingiu tal patamar que nas manifestações verificadas na Barra neste domingo dezenas de pessoas garantiam que o novo coronavírus era um golpe da China para dominar o mundo ou que no calor dos trópicos o vírus não se propaga. Nada surpreendente, pois quem acredita que a terra é plana, acredita sem pejo em qualquer coisa, mas o governo tem obrigação de não deixar esse tipo de informação perniciosa impedir sua ação. Pouca gente se deu conta, que em Salvador e muitas cidades da Bahia será muito difícil manter a distância de um metro entre pessoas, como vem recomendando médicos e especialistas, pois nas favelas da capital sequer as habitações e os barracos conseguem ter essa distância tão juntos e amontoados estão. Assim, não é difícil concordar com a hipótese de contaminação acelerada do Banco Central.
O fato é que tanto o governo federal, quanto o governo do Estado precisam agir com rapidez, para assim poupar vidas e evitar um colapso no sistema de saúde pública.