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PESQUISA BIG DATA: NA ELEIÇÃO PARA GOVERNADOR DA BAHIA EM 2026, TUDO PODE ACONTECER

Redação - 01/12/2025 08:59 - Atualizado 01/12/2025

A pesquisa Real Time/Big Data para o governo da Bahia, divulgada na semana passada, traz dados importantíssimos para que se possa compreender o cenário eleitoral da Bahia. Mas as informações são tantas e permitem tantas inferências que a única coisa concreta que se pode dizer é que a eleição para governador da Bahia está aberta, tanto no que concerne a disputa entre os candidatos já postos, quanto na possibilidade de surgirem novos candidatos.

Vejamos os principais resultados e como eles apontam para um quadro de completa incerteza.

A pesquisa mostra, em um dos cenário estimulados, que o ex-prefeito ACM Neto tem 44% de intenções de votos, enquanto o governador Jerônimo Rodrigues aparece com 35%. É um dado importante, mas a diferença de 9 pontos percentuais, com margem de erro de ±3, indica uma eleição completamente indefinida, especialmente porque, afora os demais candidatos listados, que juntos marcam 5% do eleitorado, cerca de 16% dos eleitores se dividem entre brancos, nulos e indecisos. Isso significa que 1 em cada 6 eleitores ainda sabe em quem vai votar.

Nesse contexto, vale a pena ver o que diz a pesquisa espontânea, quando os entrevistados citam livremente quem votariam sem que os nomes sejam apresentados

Nesse levantamento,  ACM Neto alcança 12%, e Jerônimo Rodrigues  9%, aparecendo o ex-governador e atual Chefe da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, com 2% das menções. Isso indica que 77% ou mais dos entrevistados não têm o voto consolidado. Ou seja: a eleição está completamente aberta.

A pesquisa dá outras informações relevantes. A primeira delas é que a taxa de rejeição dos candidatos é muito alta. Jerônimo Rodrigues tem rejeição de 48% e ACM Neto aparece logo atrás, com cerca de 41%.

Isso significa que nenhum dos dois candidatos tem espaço fácil para crescer e que  o segundo turno, se houver, será uma disputa de rejeição, não apenas de preferência positiva.

Ou seja: o eleitor rejeita fortemente um candidato, mas não necessariamente aprova totalmente o outro — e esse  é o tipo de ambiente que gera fatos imprevisíveis — o processo eleitoral está em  aberto.

E esse ambiente, caracterizado pela combinação de rejeição alta, 16% de eleitores indefinidos e um certo desgaste do confronto direto entre ACM Neto e Jerônimo,  abre a possibilidade concreta de surgir um terceiro nome competitivo, seja ele, institucional – no âmbito dos próprios partidos dos atuais candidatos –, ou fora dele.

A própria pesquisa indica isso, quando inclui cenários tendo como candidato ao governo do Estado, o ex-governador Rui Costa e o prefeito de Salvador, Bruno Reis. Aí os resultados são surpreendentes. Em um desses cenários,  Rui Costa estaria empatado tecnicamente com ACM Neto (43X42) e em outro  Bruno Reis estaria empatado tecnicamente com Jerônimo Rodrigues (38X39). É surpreendente que esses dois nomes, que nunca se colocaram na posição de candidatos ao governo da Bahia em 2026, tenham pontuação tão expressiva. Ambos são evidentemente  players importantes nessa eleição.

Mas, apesar disso, dificilmente haveria uma mudança  na cabeça de chapa, afinal as candidaturas de Jerônimo Rodrigues e ACM Neto parecem sedimentadas.

Aqui há outras informações fundamentais com relação ao processo eleitoral. Do lado do governador  Jerônimo Rodrigues pesa contra ele a desaprovação da gestão à frente  do governo, que é de 50% contra 48%, o que será possível contornar com um trabalho intenso visando melhorar esses percentuais.

Do lado do ex-prefeito ACM Neto pesa contra ele o peso político do Presidente Lula, como um grande puxador de votos na Bahia, o que poderá ser contraposto, ainda que com força bem menor, se houver um candidato à presidente forte, ao qual ele possa se apoiar.

Do que foi dito pode-se inferir que com relação às eleições para o governo da Bahia que  há grande espaço para surpresas. Fatores como, alianças, montagem da chapa,  imagem dos candidatos, “efeito Lula” (ou anti-Lula), candidato da direita, rupturas dentro dos partidos ou surgimento de “terceiros nomes” podem redesenhar o quadro.

Isso significa que a corrida eleitoral de 2026 na Bahia pode mudar várias vezes até as eleições. Os números da pesquisa, a rejeição a candidatos, a mobilização partidária, o surgimento de novos nomes ou o recuo de outros, e o contexto nacional podem redefinir completamente o cenário. (EP – 01/12/2025)

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