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ELEIÇÕES MUNICIPAIS:  BRUNO REIS, GERALDO JR. E A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: E SE BOLSONARO FOR PRESO, QUAL O IMPACTO NAS ELEIÇÕES?

Redação - 18/03/2024 08:59 - Atualizado 18/03/2024

As eleições municipais estão aí e o cenário que se desenha é de guerra. A polarização não se reduziu e, apesar das eleições municipais terem um forte componente local, não será possível fugir dela. Em São Paulo, por exemplo, apesar dos dois candidatos que lideram as pesquisas não serem dos partidos do presidente Lula e de  Bolsonaro, a disputa estará polarizada por eles. Lula não esconde de ninguém que precisa ganhar na capital paulista e Bolsonaro precisa de uma demonstração de força para, se não for preso antes, tentar evitar que o seja após as eleições. Na Bahia, o cenário é semelhante. Assim como em São Paulo, onde o PT vai apoiar o candidato do PSOL, aqui o PT vai apoiar Geraldo Jr., que é do MDB. Mas tanto lá como aqui, Lula e Jerônimo vão entrar de cabeça na campanha e a vitória ou a derrota influenciará as eleições de 2026.

Assim como em São Paulo, onde o prefeito Ricardo Nunes é do MDB e não é nem nunca foi bolsonarista mas terá de buscar seu apoio e ter o ex-presidente no palanque, aqui na Bahia se dará o mesmo. O prefeito Bruno Reis do União Brasil não é nem nunca foi bolsonarista, mas terá o PL na coligação e dificilmente escapará da polarização, especialmente se o PT baiano conseguir federalizar a campanha, como é seu intuito.

Note-se que Reis fará de tudo para municipalizar o pleito e vai evitar ao máximo entrar no conflito nacional, mas, ao que aprece, isso será muito difícil até porque o PT vai remar no sentido contrário e João Roma, representante legítimo do ex-presidente, vai usar seu programa de televisão para inflar a figura de Bolsonaro.

E aqui entra um componente que tende a empurrar a disputa baiana para a polarização: a eleição será disputada e, provavelmente, haverá segundo turno. A pesquisa AtlasIntel mostra que o prefeito Bruno Reis tem 52% dos votos válidos, o que hoje  lhe daria a vitória no primeiro turno, mas o percentual de apenas 1% é muito baixo para garantir a vitória já na primeira disputa, especialmente porque, com a campanha, os demais candidatos tendem a crescer.

É nesse cenário de campanha em São Paulo, na Bahia e em todo Brasil, que surge – especialmente agora que os depoimentos do exs-comandantes do exército e da aeronáutica incriminaram o ex-presidente como líder da operação golpista –  uma pergunta que ninguém fez a ainda:  qual será a influência de uma possível prisão de Jair Bolsonaro no processo eleitoral?

Ainda não se tem resposta para essa questão, mas a prisão de Bolsonaro terá forte influência no pleito, especialmente em algumas capitais. Há quem diga que a prisão do “capitão” seria uma pá de cal na sua carreira política, mas outros afirmam que teria efeito contrário e inflamaria seus militantes país afora para dar uma resposta aos poderes constituídos.

Não se sabe o que vai acontecer, mas sabe-se que em São Paulo, na Bahia e no Brasil inteiro as eleições municipais vão aprofundar a polarização política. (EP- 18/03/2024)

 

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