Na última quinta-feira (25), o prefeito Bruno Reis oficializou sua candidatura à reeleição em uma convenção no Centro de Convenções de Salvador. A coligação que apoia o prefeito reúne 13 partidos e manteve Ana Paula Matos do PDT como candidata a vice. A convenção teve apresentação de grupos de percussão, orações no palco e muita festa. A presença de líderes nacionais foi pequena, apenas o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, o vice-presidente do partido, ACM Neto, e Elmar Nascimento, mas era isso mesmo que Bruno queria, pois vai tentar focar sua campanha na cidade, quer municipalizar o pleito, e a vinda de grandes lideranças nacionais acirraria o caráter nacional. Em seu discurso, Bruno fugiu da polarização como o diabo foge da cruz e, mesmo tendo o apoio do PL, não citou o ex-presidente Bolsonaro uma vez sequer: “No município, principalmente, a população quer basicamente entender o que é que cada um pensa sobre os problemas e as soluções de sua cidade. É uma eleição que vai ser tipicamente municipalizada”, disse o prefeito.O ex-ministro João Roma, não compareceu ao evento, embora seu partido esteja entre os 13 que vão apoiar o candidato do União Brasil.
Sabendo que o grande trunfo do seu principal adversário, Geraldo Jr, apoiado pelo PT e pelo presidente Lula e o governador Jerônimo Rodrigues, é a figura do presidente Lula, Bruno Reis disse que a escolha para prefeito não é ideológica, demonstrando que vai puxar a discussão para aquilo que ele tem de melhor para apresentar: “minha ideologia é trabalho, entrega, entrega, entrega, resultado”, disse o prefeito.
E destacou os avanços de sua administração, comparando-a, inclusive, com a do seu padrinho e antecessor, ACM Neto: “(…) imprimimos (na prefeitura) um ritmo muito maior do que a gestão de Neto. Nossos números, em todas as áreas, superam até o trabalho que Neto fez”, disse Bruno Reis, mostrando que já não é apenas o candidato do ex-prefeito e que já se posiciona como uma nova liderança no espectro político da Bahia. Mas o prefeito mantém seus compromissos e cutucou seu principal adversário, frisando que é grato a quem lhe dá oportunidades e que não muda de lado.
Bruno Reis está certo quando foge da polarização Lula/Bolsonaro, pois aí pouco tem a ganhar, já que os eleitores bolsonaristas, sem opção, terão obrigatoriamente de votar nele. Quando traz o debate para a cidade, aí, sim, tem muito a ganhar falando para quem foi beneficiado pelas obras e ações.
É verdade, que existem críticas à sua administração, especialmente em áreas como ocupação urbana, economia, meio ambiente e transporte público, cujo principal projeto foi o BRT, que custou R$ 795 milhões e encheu a cidade de viadutos. Mas isso é pouco se comparado com as entregas que o prefeito realizou. Por isso, ele vai fazer de tudo para evitar a polarização da campanha e, na convenção, avisou que não vai participar de todos os debates, limitando-se provavelmente aos da TV Bandeirantes e TV Bahia.
A verdade é que a convenção que oficializou o nome de Bruno Reis foi um sucesso e milimetricamente estudada, afinal, manter Salvador vai potencializar o futuro político do atual prefeito e será fundamental para que o ex-prefeito ACM Neto possa ter competitividade na disputa pelo governo do Estado em 2026. (EP- 29/07/2024)
Foto: Marina Silva/Correio
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