No filme de suspense que se transformou a disputa pela indicação do candidato da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues, cada dia tem uma cena nova e cheia de tensão. Na semana passada, a tensão ficou toda com o pré-candidato Robinson Almeida, com a informação, logo desmentida, de que o nome do vice-governador Geraldo Jr. tinha sido sacramentado pelas lideranças da base aliada. Já esta semana começa com a tensão do lado de Geraldo Jr., pois a plenária municipal do PT indicou Robinson Almeida como candidato do partido, com direito a declaração de Jaques Wagner de que ele é o seu candidato número um.
“Estou aqui para que todo mundo saiba que o meu primeiro candidato é Robinson, é o candidato do meu partido, é o meu candidato”, disse o ex-governador. Wagner, que é PHD em política, logo completou avisando que a base aliada mudou de tática nessa eleição e prefere juntar, unir todas as forças para chegar a eleição com todo capital político. E disse que, além de Robinson, Olívia, Isidóro, Geraldinho, e até Lídice, podem ser escolhidos.
O que se sabe é que um dos protagonistas da película está muito calado, saiu de cena e há muito tempo não aparece na telona. Esse personagem importante é o ex-governador Rui Costa, que hoje ocupa a Casa Civil do governo Lula, e que há muito tempo não protagoniza qualquer cena no filme. Sua última aparição teria sido em apoio a indicação do ex-deputado Ronaldo Carletto, presidente do Avante, que apresentou a pré-candidatura do Pastor Isidório, isso logo após seu candidato declarado, o Presidente da Conder, José Trindade, ter retirado a candidatura por motivos de saúde. Mas, ao que tudo indica, a cena foi para marcar posição, afinal, ninguém acredita que um político experimentado como Rui fosse apostar suas fichas num candidato exótico e de posições risíveis, que já foi candidato a prefeito duas vezes, sem sucesso.
Segundo o jornal O Globo, haveria divergências entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, mas isso não parece impedimento para se chegar a um nome de consenso. Apesar das divergências, Costa e Wagner sempre se uniram na reta final.
No frigir dos ovos, há quem diga que Jaques Wagner declarou publicamente apoio à pré-candidatura do deputado estadual Robinson Almeida apenas para fechar as portas do partido à filiação de Trindade, que era o preferido de Rui. O problema é que Robinson se movimentou em torno do partido e terminou ganhando alguma força. Rui Costa, por outro lado, não pode ficar completamente fora da escolha do candidato à prefeitura de Salvador, mas dificilmente continuará mirando em Isidório. Tudo indica, portanto, que as lideranças vão se unir em torno de um nome e que o governador Jerônimo Rodrigues será o tertius que pode amaciar a suposta divergência entre Rui e Wagner. Em resumo: o filme embaralhou de vez e ninguém sabe mais qual vai ser o final e muito menos se será um final feliz. (EP – 30/10/2023)