A Bahia dá início ao ano de 2020 sob o signo do crescimento econômico, pois, embora com suas especificidades, tudo indica que a economia baiana vai crescer no mesmo diapasão do crescimento que se projeta para a economia brasileira. Não é futurologia, é a constatação de que os diversos segmentos da economia estão retomando as atividade, ainda que existam condicionantes. O mercado de emprego, por exemplo, está se recuperando, mesmo que lentamente, e, em 2019, a Bahia gerou 30 mil novos empregos com carteira assinada, o melhor desempenho desde 2013.
Todos os setores da economia contrataram mais do que demitiram, com destaque para a construção civil, líder na geração de empregos, e para o comércio que, após 5 anos de demissões contínuas, terminou o ano com um saldo positivo de mais de 5 mil empregos gerados. Em 2019, o varejo registrou um crescimento da ordem de 1,5%, enquanto as atividades turísticas registraram a melhor taxa de ocupação de hotéis dos últimos anos e a construção civil bancou o maior número de lançamentos desde 2013. Para completar o quadro favorável, a agropecuária baiana anuncia uma nova safra recorde de grãos e estão previstos fortes investimentos do governo do Estado e também da Prefeitura de Salvador em obras de infraestrutura que geram empregos e possuem efeito multiplicador em vários segmentos da economia.
Esses números, coletados junto ao IBGE, apontam para um crescimento expressivo em 2020, mas há alguns condicionantes importantes, tanto a nível local, quanto nacional e internacional. No nosso quintal, o condicionante maior é o desempenho da indústria de transformação, que caiu quase 3% em 2019 e deve permanecer andando de lado, enquanto não for definida a privatização da Petrobras e a situação da indústria petroquímica. A nível nacional, a economia caminha nos eixos, mas será fundamental a aprovação das reformas administrativa e tributária, especialmente está última, que terá o condão de estimular a taxa de investimento que, apesar de estar crescendo, ainda permanece muito baixa. Some-se a isso um condicionante internacional de peso: o coronavírus e o enorme impacto negativo que pode causar na economia mundial e também na economia baiana. Se tomar proporções, essa epidemia vai desestruturar a economia chinesa, a 2a maior do mundo, e poderá reduzir seu crescimento econômico e suas exportações contagiando sua economia e a do mundo inteiro.
No caso da Bahia, o impacto também existe, afinal quase 30% das exportações baianas tem a China como destino e o coronavírus vai impactar esse comércio. Por outro lado, os investimentos chineses previstos para a Bahia poderão sofrer retardamento, com impacto até na vinda dos chineses que precisarão aportar em Salvador para construir a ponte Salvador/Itaparica. Na verdade, há aí um certo exagero, e este colunista já viu outras epidemias que prometiam se alastrar, como o Ebola e a SARS, e que foram contidas ou ficaram restritas a determinados locais. Mas há que tomar precauções, afinal, “no creo em bruxas, pero que las hay, hay”. No mais, fica a certeza de que, por enquanto, esses condicionantes tanto locais, quanto internacionais não serão capazes de impedir o crescimento já precificado da economia baiana.
O MUSEU E O TURISMO NAÚTICO
O imponente prédio do Museu Wanderley Pinho, uma joia com quase 400 anos de história localizada de frente ao mar da Baía de Todos-os-Santos, vai ser completamente restaurado após 20 anos de abandono. Na última quarta-feira, o secretário do Turismo, Fausto Franco, assinou a obra de recuperação do museu que vai custar R$24 milhões, com financiamento do BID, e vai incluir a reconstrução do atracadouro para que seja possível chegar até ele por mar. O projeto, mais que bem vindo, está no âmbito das 13 intervenções náuticas que serão realizadas na Baía de Todos-os-Santos e que inclui a marina da Penha, na Ribeira, um píer no Museu de arte Modena, no Solar do Unhão, e a Marina de Itaparica.
O VAREJO COMEÇA A DESLANCHAR
A Liquida Salvador começa amanhã e se estende até o dia 8 de fevereiro. É um bom para momento para o varejo e para a população. O período é favorável as compras, pois o otimismo é maior e a queda nos juros vem ampliando e facilitando o crédito. O ICF – Índice de Intenção de Consumo das Famílias, calculado pela Fecomércio-Ba, cresceu 0,5% em comparação a dezembro que é um mês tradicionalmente propício as compras. Há expectativas positivas em vários setores, especialmente eletrodomésticos e eletroeletrônicos, pois os consumidores terão a oportunidade de viabilizar as compras de reposição e os empresários de desovar seus estoques. Especialmente se os preços forem competitivos.