Bahia Econômica: Qual o impacto das novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, para a Acelen?
Marcelo Lyra: Na verdade, nossa produção é muito focada no mercado interno. A gente fornece mais ou menos 40% do mercado nordestino e 80% do mercado baiano. Então, esses são os dois principais produtos da refinaria. Por isso, as tarifas do Trump não tem impacto algum. A gente exporta um produto que é o combustível de navegação para navios. Mas, ainda assim, também não exportamos para os Estados Unidos. Então, não temos nenhum impacto direto na nossa operação.
Bahia Econômica: A Acelen tem mais de R$ 300 milhões investidos no projeto de Macaúbas. Como está este projeto?
Marcelo Lyra: O projeto está indo bem. Nós estamos com algumas fases de implantação já rodando. Fizemos a aquisição da primeira fazenda modelo em Cachoeira. Estamos começando a plantar as mudas na fazenda, já temos um viveiro contratado que aprontou 600 mil mudas em Mucujê, essas mudas estão sendo utilizadas tanto nessa fazenda como serão utilizadas nas próximas fazendas, e nós estamos com o nosso parque tecnológico que é responsável pelo desenvolvimento científico de genética da macaúba e produção já pronto, um investimento de mais ou menos 320 milhões de reais, com participação do BNDES, e devemos inaugurar ele nos próximos dias, fica em Montes Claros, em Minas Gerais.
Bahia Econômica: A Acelen também está lançando um projeto importante chamado acelen valoriza. O que você contar sobre esse projeto?
Marcelo Lyra: o Valoriza, na verdade, é um projeto que faz parte do conceito total.Ele envolve Plantio de 180 mil hectares de Macaúba. Desses 180 mil hectares, 20% dele, portanto 36 mil hectares, vão ser destinados à agricultura de pequeno produtor, à agricultura familiar. Para esse conjunto desses 36 mil hectares e esse público, esse parceiro, que é o agricultor familiar, nós criamos um programa que ele empacota todos os atributos da nossa relação com o agricultor familiar. Esse pacote chama-se Acelen e Valoriza. Vai da parte de financiamento até a compra da produção dele, passando pela assistência técnica, pela fornecimento de mudas e tudo mais. O programa está pronto, nós vamos lançar oficialmente na inauguração do centro de tecnologia.
Bahia Econômica: Ainda existe aquela discussão sobre a Acelen voltar ao comando da Petrobrás?
Marcelo Lyra: Esse é o processo que é conduzido pelo acionista, pelo fundo Mubadala. Então nós na operação não temos muita informação sobre esse processo. O que eu posso dizer para você é que independente desse processo ou de qualquer outro processo, a refinaria está sendo bem gerida, nós temos já 3 bilhões de reais de investimento na refinaria, a produtividade é muito alta, melhorando, o volume de produção desse primeiro semestre do ano muito bom. Então, todos esses investimentos que nós fizemos foram focados na melhoria operacional, na melhoria ambiental, na segurança e na confiabilidade da produção. Portanto, eu diria que, independente dessa questão, a refinaria está hoje muito melhor do que ela foi no passado graças a esses 3 bilhões de investimentos sendo realizados.