terça, 13 de maio de 2025
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MAURO ADAN PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE HOSPITAIS E SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA (AHSEB)

João Paulo - 12/05/2025 05:00 - Atualizado 12/05/2025

Bahia Econômica – Existem rumores de algumas empresas nacionais estarem interessadas em investir em hospitais na Bahia. Qual fator tem tornado a Bahia um campo atrativo para esse mercado?

Mauro Adan – O mercado de saúde suplementar na Bahia e também do Sistema Único de Saúde se estabelece entre o terceiro e o quarto maiores mercados do Brasil. Portanto, é um mercado com mão de obra qualificada e excelentes equipamentos médicos — sejam hospitais, clínicas, laboratórios, clínicas de oncologia ou clínicas de imagem —, com instituições de saúde que apresentam alto grau de qualidade..

A Bahia possui um corpo clínico muito qualificado e cerca de 15% da sua população tem acesso à saúde suplementar. São aproximadamente 2,2 milhões de baianos com plano de saúde: 1,7 milhão de usuários vinculados a empresas reguladas pela Agência Nacional de Saúde e outros 500 mil usuários do Planserv, que também é uma fonte pagadora muito importante.

Assim, a Bahia tem despertado o interesse de hospitais ao se posicionar como a terceira ou quarta maior força no sistema de saúde suplementar do Brasil, em número de usuários. Além disso, há equilíbrio entre fontes pagadoras bastante relevantes. A Bahia apresenta um bom percentual de operadoras de autogestão, seguradoras, unidades da Unimed e empresas de medicina de grupo, além dos usuários do Planserv.

Existe uma distribuição bastante equitativa: o mercado não está concentrado nas mãos de nenhum agente específico. Isso é positivo, pois proporciona ao prestador de serviço uma diluição de suas fontes de receita.

Bahia Econômica – Uma dessas empresas é a Sociedade Albert Einstein, que hoje administra o  Hospital Ortopédico do Estado da Bahia. Essa unidade hospitalar, localizada em Salvador, no bairro do Cabula, é uma parceria entre o governo baiano e o Einstein. Existe a possibilidade de novas parcerias nesse ramo?

Mauro Adan – É claro que existem, sim, possibilidades de ampliação das parcerias. Seja com novos investimentos, seja com aquisições, seja com fusões, com joint ventures. As instituições baianas e também regionais estão investindo bastante no mercado da Bahia — não só as instituições que estão chegando, mas também outras que aqui já estão. Instituições baianas e regionais estão ampliando bastante a sua operação na Bahia, com mais unidades e qualificação.

O que nós precisamos para potencializar isso são linhas de financiamento específicas para investimento na saúde, são incentivos. A reforma tributária vem de uma forma positiva para a saúde, mas ainda tem muita regulamentação para ser feita. Nós precisamos de redução nas tarifas, nos impostos, nos incentivos para contratação. Lembrando que a área de saúde é intensiva em mão de obra, o que gera economia. Isso significa 10% do PIB da Bahia — 6,8% direto e 3,2% indireto —, como eu já coloquei na matéria anterior. Então, a Bahia, por ser intensiva em mão de obra, intensiva na captação e no pagamento de imposto, é muito importante nesse desenvolvimento.

Bahia Econômica – Qual a expectativa de movimentação financeira para o setor hospitalar no estado em 2025?

Mauro Adan – O setor de saúde na Bahia deve crescer, em 2025, em dois dígitos em relação a 2024, dependendo de variáveis da macroeconomia e setorial.

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