O governo e o Congresso Nacional precisam agir para impedir que as famigeradas “bets” transformem o país num cassino.
A proliferação dos sites de apostas e a propaganda maciça que fazem nos meios de comunicação estão atraindo milhões de brasileiros para o jogo e criando um problema econômico que está tomando grandes proporções.
O governo federal já percebeu o problema e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, qualificou de pandemia a “dependência psicológica” que as “bets” criam nos apostadores. O mais grave é que essa dependência psicológica vem fazendo a população mais pobre gastar mais do que pode com as apostas gerando um descontrole nos gastos familiares que leva a inadimplência e a médio prazo vai atingir toda a economia. Engana-se quem pensa que o dinheiro das “bets” estimula o processo econômico, na verdade é o contrário, pois ao gerar inadimplência generalizada os jogos tiram consumidores do mercado, reduzindo o consumo.
Um dos senadores a agir contra as “bets” foi o senador Omar Aziz, que pediu à Procuradoria-Geral da República que solicite ao Supremo Tribunal Federal a suspensão das “bets” até que esse mercado esteja totalmente regulamentado. Aziz disse corretamente que as “bets” tem levado as pessoas “à ruína financeira, ao endividamento e, em muitos casos, ao suicídio, com alarmantes índices de desespero e falência pessoal”.
Além de estar minando a economia brasileira, as “bets” ajudam ao crime organizado, pois são usadas para lavar dinheiro.
Outra senadora, Soraya Thronicke protocolou um pedido de CPI das “bets” ilegais, diante de evidências de que sites de apostas estão lavando dinheiro.
Na Bahia, o jogo tem se alastrado, especialmente entre a população mais pobre e causado danos nas famílias, e o não pagamento de serviços essenciais como água, luz, gás e outros e isso sem falar no impacto nas zonas controladas pelo tráfico. E mais ainda: adolescentes e jovens estão sendo tragados para o mundo do jogo que é uma vereda aberta para a criminalidade.
Os senadores da Bahia, Jaques Wagner, Otto Alencar e Ângelo Coronel, assim como os deputados que representam a população, precisam se posicionar com relação ao assunto e apresentar propostas efetivas, sob pena do país virar um cassino generalizado. (EP – 23/09/2024)