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ENTREVISTA LEONARDO GOES PRESIDENTE DA EMBASA

João Paulo - 11/07/2023 08:48 - Atualizado 12/07/2023

Bahia Econômica –  Quais os principais investimentos que a Embasa está tocando neste momento na Bahia? Qual o montante esperado de investimentos este ano? 

Leonardo Goes – O marco do saneamento trouxe um novo cenário para a Embasa, um cenário competitivo em que a empresa precisa buscar recursos no mercado para concretizar as metas de universalização do abastecimento de água e esgotamento sanitário. Para fazer frente a essa demanda, a Embasa está em processo de captação de um volume total de aproximadamente R$ 5 bilhões em investimentos, junto a diversas fontes de financiamento.

Somente pela Caixa Econômica, a Embasa já tem aprovados R$730 milhões, sendo R$693 milhões financiados a partir de recursos do FGTS e R$37 milhões como contrapartida da Embasa. Esse montante tem previsão de assinatura dos contratos ainda neste mês de julho e será utilizado para viabilizar dez obras, em treze municípios baianos: Barra do Choça, Capim Grosso, SIAA Feira de Santana (Feira de Santana, São Gonçalo, Conceição de Feira, Santa Bárbara, Santanopólis, Tanquinho), Caravelas, Serrinha, Ruy Barbosa, Jequié, Conceição do Coité, Nazaré e Riachão do Jacuípe.

No Banco do Nordeste, a Embasa já conseguiu aprovar um crédito de R$ 625 milhões, sendo R$ 500 milhões em recursos do Fundo Nacional do Nordeste (FNE) e contrapartida de R$ 125 milhões da Embasa. Esse financiamento, que passa agora aos trâmites de análise de projeto, viabilizará oito obras, que beneficiarão 10 municípios baianos: Serrolândia, Jacobina, Miguel Calmon, Várzea do Poço, Senhor do Bonfim, Ribeira do Pombal, Cícero Dantas, Iaçu, Jequié e Tucano.

Temos ainda outras perspectivas, como uma solicitação de US$ 300 milhões junto ao Novo Banco do Desenvolvimento, também conhecido como o “banco dos BRICS”. Também faz parte da estratégia de alavancagem de recursos o ingresso da companhia no mercado de capitais através da emissão de debêntures não conversíveis em ações, uma corporativa outra de infraestrutura. Além disso, está tramitando no Ministério das Cidades o enquadramento de mais $ 1,5 bilhões para emissão de debêntures de infraestrutura, não conversíveis em ações, que estarão aptas para ir a mercado a partir de 2024. Com todos esses recursos que estamos assegurando, vamos dar uma virada no panorama do saneamento baiano.

A Embasa é a primeira empresa na área de serviços públicos a adotar o pagamento da conta de água/esgoto via Pix. Esse processo vai facilitar a vida dos baianos. E pode ajudar na redução da inadimplência.

Sim, o pagamento por pix traz muitos benefícios para o cliente. Além da praticidade, essa modalidade agiliza a informação da quitação do débito no sistema comercial da empresa. Em cerca de 30 minutos, o cliente já pode solicitar religação, informar o pagamento para evitar cortes, emitir certidões de adimplência, entre outros serviços.

Para implantar o sistema de pagamento por Pix na Embasa, uma empresa com milhões de clientes, nossa equipe fez um grande trabalho de pesquisa de alternativas e ajuste de ferramentas, em parceria com o Citibank. O resultado foi tão bom que resultou em um prêmio internacional, o Adam Smith Awars, promovido pela revista Treasury Today. Essa é uma das premiações mais importantes na área de Tesouraria no mundo. Estivemos em Londres na semana passada para receber esse troféu, que nos deixou muito felizes. Ver a Embasa sendo premiada, junto a tantas empresas multinacionais, mostra que estamos sintonizados com o que existe de mais avançado no mundo nessa área.

 

Bahia Econômica – Como o senhor vê o novo marco legal do setor do Saneamento com o projeto de lei 3.261/19 que está tramitando no Congresso Nacional?

Leonardo Goes – Nós ainda estamos aguardando qual será o formato final da legislação, mas os decretos trazem como mudança positiva a possibilidade de as empresas estaduais e municipais de saneamento modelarem parcerias e, com isso, definirem o melhor formato para suas futuras ações. Num curto prazo, essa alteração proporciona mais celeridade para a execução de obras que visam alcançar a universalização da água e esgoto. Além disso, as companhias estaduais poderão ter maior flexibilidade para comprovar sua capacidade de investimento, o que permite a busca por parcerias que executem a universalização do saneamento nas regiões onde sua capacidade econômica for limitada.

 

Bahia Econômica – Fala-se muito sobre desperdício de água. Como está a Embasa neste quesito?

Leonardo Goes – A Embasa se preocupa muito com essa questão, em função dos impactos ambientais e sociais causados pela perda de água já tratada, pronta para consumo. A empresa atua ativamente na identificação dos vazamentos, monitoramento das redes de abastecimento e na pesquisa de vazamentos não aparentes, além de equalizar pressões na rede (prevenindo rompimentos), substituir tubulações desgastadas e efetuar um rigoroso controle do tempo de correção.

É importante observar que os percentuais de perda veiculados na mídia somam dois tipos diferentes de perda: a “perda real”, causada por vazamentos, e a “perda comercial”, em que a água apenas parece ter se perdido, por não ter sido registrada no hidrômetro. Isso pode ocorrer no caso de fraudes ou por submedição do hidrômetro. A Embasa atua coibindo os usos não autorizados, renovando seu parque de hidrômetros, estimulando a regularização das ligações clandestinas, além de negociar débitos e incluir os usuários beneficiários do programa Bolsa Família na Tarifa Social.

Por fim, em um sentido mais amplo, o desperdício de água ocorre também quando as pessoas não adotam hábitos de consumo racional em suas casas ou no trabalho. Nesse caso, a Embasa promove campanhas educativas, com dicas práticas para a redução do consumo. A população também pode fazer a sua parte para ajudar a reduzir as perdas denunciando as ligações clandestinas pelos canais de atendimento da empresa: teleatendimento 0800 0555 195, Agência Virtual, disponível no site agenciavirtual.embasa.ba.gov.br e no App Embasa, além do WhatsApp 71 9717-0999.

Foto: Divulgação

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