Bahia Econômica – O governo federal alterou a fórmula da Petrobras que pareava o preço ao dólar. Essa mudança fez o preço dos produtos gasolina e gás baixarem no país. Como o senhor avalia essa decisão?
Luiz Gavazza – Eu avalio como muito positiva. O alinhamento dos preços da petrobras com os preços internacionais através da PPI era nociva ao mercado brasileiro. Os preços precisam corresponder a realidade do Brasil. Tanto na produção quando na venda. Inicialmente a medida atinge apenas os combustiveis líquidos e os GLP não atinge o gás natural. Porém nós estamos otimistas que essa mesma política chegua a política comercial para o gás canalizado. A final de contas nós temos os mesmos custos de produção, custos de ampliação, ou seja o opex e o capex de mercado quando na necessidade de importação. Hoje o gás natural tem a sua política de reajuste atrelada a uma cesta de óleos do mercado internacional que não tem nada haver um com o outro apesar de caminharmos juntos e além disso a variação cambial. Pela enormidade de gás que se produz no país não faz nenhum sentido. Portanto é necessário que a politica de preços também atinja o gás natural.
Bahia Econômica – Para a Bahiagás a nova política preço da petrobras pode trazer algum prejuízo?
Luiz Gavazza – Nós saudamos essa politica, porém é importante dizer que os combustíveis concorrentes nossos, em especial a gasolina e o GLP eles terão seus preços reduzidos e isso pode tirar a competitividade do gás natural. Por isso nós estamos enviando um oficio para o presidente da Petrobras, para solicitar que a mesma política que foi adotada para o combustível seja aplicada no gás encanado natural. Como eu já havia explicado hoje a política de preços do gás é ligada a uma cesta de óleos internacionais e seus custos de produção, então nós estamos solicitando essa alteração a petrobras.
Bahia Econômica – A Bahiagás é a única empresa da Bahia que distribui gás pelo estado. Caso o governo crie mecanismo para estimular outras empresas a entrarem no mercado a empresa pode sofrer perdas?
Luiz Gavazza – O governo da Bahia é o único detentor do direito de distribuir gás no estado. Esse direito foi concebido na constituição baiana de 1989. Por isso não existe possibilidade do governo abrir mão dessa exclusividade. E para isso o governo criou uma empresa para realizar esse papel. Hoje o governo é um sócio amplamente majoritário com 58,5% do capital total e 75,5% do capital votante tendo uma relação de parceria e investimentos com a empresa privada Mitsui Gás e Energia do Brasil. Estamos ampliando fortemente os investimentos do estado. Com um plano diretor de interiorização que nos levará sair de hoje onde atendemos 22 municípios e temos 57% de participação no PIB industrial baiano para atendemos 68 municípios e 81% do PIB industrial do estado e atender a 76% da população baiana. Por isso não faz sentido o estado pensar em dividir a concessão
Bahia Econômica – Qual a importância da Ponte Salvador Itaparica e toda sua facilidade logística para a Bahiagás ?
Luiz Gavazza – A ponte Salvador Itaparica é um grande empreendimento que vai modernizar a Bahia e vai trazer integração entre a região metropolita e o baixo sul do estado, além de encurtar distancias importantes para o estado. Para a Bahiagás o projeto é extremamente importante. Nós já estamos em tratativa com a concessionária da ponte para termos um duto para captação do gás que é produzido na ilha de Itaparica e um duto de distribuição para região metropolitana. Então o projeto é extremamente importante para a empresa.
Bahia Econômica – Quais os investimentos previstos para Bahiagás em 2023?
Luiz Gavazza – A Bahia Gás tem uma previsão de investimento na casa dos R$ 300 milhões de reais que estão sendo aplicados na construção no gasoduto sudoeste. Esse valor é para aplicação do de investimentos em 2023, 2024 e 2025 quando teremos essa obra concluída. Em 2023 estão previstos mais de R$ 170 milhões de investimento superando um novo recorde da empresa, isso significa, que o governo do estado está avançando no terceiro grande ciclo no estado e em 2025 e se tudo correr bem em 2025 estaremos chegando a mineração.