Há pouco tempo atrás, “provocado” por alguns amigos sobre as possibilidades da região do Sealba ( zonas dos tabuleiros dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia) se constituir numa nova frente de desenvolvimento do agronegócio no país e no Nordeste, manifestamos um certo ceticismo, por conta principalmente da estrutura fundiária regional, pouco compatível com as grandes extensões de terras exigidas pelos projetos de produção de grãos e algodão vigentes e exitosos, por exemplo, no Oeste baiano, no Mato Grosso e demais estados do MAPITOBA.
Agora, sem qualquer “provocação” de quem quer que seja, surge o chamado Polo Agroindustrial e Bioenergético do Médio São Francisco, localizado em áreas dos municípios de Barra e Muquém do São Francisco, no qual grandes projetos e investidores estão sendo atraídos, e que tem o vice-governador baiano João Leão como grande entusiasta da iniciativa em tela. Uma parte desses projetos visa a produção sucroalcooleira, com algumas áreas individuais superiores a 8 mil hectares, tudo isso na base da agricultura irrigada, com produtividades por hectare muito elevadas, e bem acima das médias nacionais. A produtividade da cana é estimada em 300 toneladas por hectare, ante 75 toneladas por hectare como média nacional.
Confessamos que ainda não temos uma convicção solidamente firmada acerca das possibilidades dessa iniciativa como novo vetor de crescimento setorial e regional. Mas , em se tratando de grandes áreas com boa topografia, disponibilidade hídrica e luminosidade, e de projetos ancorados na agricultura irrigada, temos, ao menos inicialmente, mais esperanças de que seja ou possa ser uma frente com potencialidades e possibilidades disto acontecer. Como já dissemos, não é uma posição sólida nem definitiva de nossa parte.
De qualquer modo , a ponte de 1 quilômetro sobre o rio São Francisco ligando Barra a Xique-Xique , com investimentos superiores a 120 milhões de reais, já concluída e inaugurada recentemente , é um fator importante que pode conspirar a favor do sucesso desse no polo. Não podemos esquecer também o projeto de irrigação do Baixio de irecê, localizado nos municípios de Xique-Xique e Itaguaçu, com uma área irrigável de 48 mil hectares , um terço dos quais já em fase de ocupação. O restante será concedido à iniciativa privada, com leilão previsto para fevereiro deste ano.
Relatos de investidores e do vice-governador João Leão afirmam que a região em tela pode se converter em uma nova fronteira agrícola do Estado , e que a mesma tem um potencial extraordinário para a agropecuária de grãos , frutas e bioenergia. A previsão é de uma geração de quase 22 mil empregos diretos, com aportes de 2,3 bilhões de reais nos 7 projetos em implantação e nos 5 em análise, além da conclusão de uma Fazenda Escola Modelo, que dará suporte à difusão de tecnologias e formação e capacitação de mão-de-obra.
Enfim, estamos em fase inicial de coleta de informações e, numa próxima oportunidade, pretendemos voltar ao tema, possivelmente com um juízo e uma opinião mais sólida acerca desta iniciativa. Tomara que as expectativas otimistas dos investidores e do vice-governador João Leão se confirmem.