Por: João Paulo Almeida
Bahia Econômica – o senhor é o candidato de Bolsonaro nas eleições municipais. A rejeição do presidente aqui é grande. Como o senhor vai trabalhar essa questão?
Cezar Leite –Falar que a rejeição do presidente Bolsonaro em Salvador é grande é uma afirmação pouco cautelosa. As últimas pesquisas apontam um crescimento significativo da sua popularidade entre os soteropolitanos, sobretudo pela forma como ele conduziu o país durante a pandemia, demonstrando preocupação com a saúde das pessoas através da defesa do tratamento precoce, e também com a economia, tendo sido o único a alertar, lá atrás, sobre a crise econômica decorrente dos decretos autoritários, adotados na Bahia por Rui Costa e ACM Neto. O presidente se agiganta no Nordeste e em Salvador porque governa como o povo sempre quis que um presidente atuasse: sem corrupção e com sinceridade.
BE- Seu nome ainda não emplacou nas pesquisas. Como o senhor pretende crescer na popularidade da população?
CL – Eu sempre digo que as pesquisas apontam melhor as tendências do que a realidade. 40 a 60% dos entrevistados hoje ainda não decidiram candidatos. Os primeiros colocados possuem rejeição acima de 20%. Eu sou o menos rejeitado e pontuo à frente de candidatos conhecidos e catapultados pelo prefeito e governador na pesquisa espontânea. Há ainda os métodos utilizados nas pesquisas. Muitas delas são viciadas e coletam informações convenientes ao candidato do prefeito. Temos o desafio de crescer e chegar no segundo turno, com certeza, e a nossa estratégia será atacar esses números que eu mencionei, e a nossa ferramenta será a verdade e o engajamento da maioria silenciosa de Salvador.
BE-O senhor vai manter os projetos dessa gestão como o morar melhor?
CL – Vamos democratizar o Morar Melhor. Tornar acessível a todas as pessoas e não somente para aliados do atual prefeito. E faremos muito mais reformas com o mesmo valor gasto e ainda incluindo apoio da iniciativa privada. Mostrando eficiência e bom uso dos recursos públicos.
BE-Como o senhor vai atuar na questão da educação, visto que esse foi um setor que ainda não conseguiu voltar a normalidade com a pandemia?
CL – Temos uma proposta arrojada para a educação municipal sobretudo no enfrentamento do pós-pandemia. O prefeito quebrou as escolas de pequeno e médio porte com os seus decretos absurdos e a proibição de retorno às aulas. Muitos colégios faliram. É possível que a demanda pela rede pública aumente bastante e sabemos que hoje o serviço já não é satisfatório. Apresentamos no nosso plano de governo o projeto dos vouchers escolares, no qual a Prefeitura dará o dinheiro gasto por aluno na rede pública para que os pais escolham uma escola particular de bairro. Respeitaremos assim a liberdade de escolha dos responsáveis pelas crianças e daremos um fomento à economia da educação para reerguer os profissionais prejudicados durante a pandemia.
BE-Quais serão os projetos sociais que serão colocados na sua gestão?
CL – Iremos inverter a lógica da assistência social e sair da atual realidade clientelista para o foco na garantia da dignidade e libertação dos menos favorecidos. Queremos criar zonas de amparo e acolhimento aos moradores de rua, com oferta de refeições; criar unidades da Casa da Mulher Brasileira, idealizada pela Ministra Damares; Centros de Referência do Idoso, políticas públicas de valorização da família, contra as drogas e contra o aborto. Além do programa Quero Trabalhar, isentando tributos de empresas que contratem pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Ronald Reagan já dizia que o melhor programa social se chama emprego.
BE- Os funcionários públicos da prefeitura reclamam que não houve reajuste salarial na gestão do prefeito. Como o senhor vai lidar com essa questão do servidor?
CL – Nossa ideia é reduzir o número de comissionados e apadrinhados e com isso possibilitar a valorização do bom servidor público concursado.
Os servidores municipais, ao longo dos anos, foram maltratados tanto pela gestão de ACM Neto no município, quanto por Rui costa no Estado. Principalmente os profissionais de segurança pública. Naturalmente são necessárias avaliações dentro da prefeitura do ponto de vista financeiro.
Houve perda de arrecadação e do poder aquisitivo de toda população de Salvador.
BE – O senhor pretende fazer a linha dois da obra do BRT?
CL – Iremos honrar todos os contratos já firmados com a prefeitura de Salvador. Logicamente fazendo avaliações em relação ao custo benefício.
BE – Falando de política, como o senhor avalia a base do governador dividida em quatro frentes?
CL – Hoje não há mais a oposição entre o grupo da esquerda e o grupo carlista. Rui Costa firmou uma aliança com ACM Neto visando a perpetuação do teatro das tesouras na Bahia e a alternância entre PT e DEM no governo do estado e na prefeitura.
Foto: divulgação