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COLUNA EM A TARDE: AS MAIORES EMPRESAS DA BAHIA

admin - 03/10/2019 10:08 - Atualizado 17/02/2020

A Bahia é a sexta maior economia do país, gerando cerca de 4% do PIB brasileiro, segundo o IBGE. Mas, segundo a revista Valor 1000, do jornal Valor Econômico, lançada no mês passado, a Bahia possuía apenas 20 empresas no ranking das 1000 maiores empresas do país em termos de faturamento, representando 2% do total. O número está subestimado, pois o ranking, com dados referentes a 2018, não contabiliza empresas que possuem unidades no Estado, mas cuja matriz está em outras unidades da federação como, por exemplo, a Petrobras, a Ford, a Basf, a Wilson Sons e muitas outras. O ranking demonstra, porém, que a Bahia é o estado do Nordeste com maior número de empresas listadas entre as 1000 maiores, sendo seguido pelo Ceará, embora os dois estados tenham perfis produtivos muito diferentes.

Entres as 20 maiores empresas baianas, 9 são da área de petróleo, petroquímica, gás e energia, 3 da área de celulose, 3 da área de mineração e 1 de borracha, todas produtoras de insumos e matérias-primas. E apenas 4 empresas são de setores mais absorvedores de mão-de-obra. Ou seja, a economia baiana está concentrada excessivamente na produção de insumos e matérias-primas e tem como mercado o exterior ou outros estados. Bem diferente da economia cearense, que possui 17 empresas no ranking, sendo 7 na área de alimentos, 4 na área têxtil 1 no ramo eletrônico e de varejo e as demais na área de insumos e suprimentos.

As cinco maiores empresas privadas da Bahia são: a Braskem, que é 7a maior empresa do país, a Suzano, a Paranapanema, a Larco e a Petrobahia, todas produtoras de insumos ou combustíveis. Já as cinco maiores empresas do Ceará são a rede de farmácias Pague Menos, o Moinho Dias Branco, a empresa Três Corações e a Solar Coca Cola, na área de alimentos, e a Grandene no setor têxtil. O faturamento das empresas baianas é mais que o dobro das empresas cearenses, mas elas geram mais impacto no mercado interno e na geração de mão-obra. Em resumo: a Bahia é uma economia mais moderna e mais integrada nacionalmente, mas precisa verticalizar sua produção, atraindo empresas produtoras de bens finais e, ao mesmo tempo, se jogar de cabeça no mundo da inovação e da tecnologia que anuncia o futuro.

                              AS MAIORES NO SETOR DE SERVIÇOS  

Quatro empresa baianas do setor de comércio e serviços estão entre as maiores do país: Atakarejo e Le Biscuit, no varejo; Santa Casa de Misericórdia da Bahia, na área de saúde, e o grupo TPC na área de transporte. O desempenho dessas empresas impressiona, afinal, quem vive a nostalgia do antigo supermercado Paes Mendonça, precisa saber que o Atakarejo teve em 2018 um faturamento anual de 1,3 bilhão e está posicionada entre as 30 maiores redes de supermercados do país. A Le Biscuit registra um faturamento de R$ 700 milhões, vindo a seguir a Santa Casa de Misericórdia e o grupo TPC de logística, com receitas de R$ 600 milhões e R$ 450 milhões respectivamente.

                            CONSTRUÇÃO CIVIL EM ALTA NA BAHIA

A Bahia criou 32,6 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, entre janeiro e agosto de 2019. Quem liderou o ranking foi o setor de construção civil, responsável por quase 40% dos novos empregos criados. O setor criou 12,8 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, dez vezes mais que em 2018 e o melhor desempenho desde 2010, quando o setor bateu recorde em número de lançamentos. A nova linha de financiamento com reajuste através do IPCA, a redução nos juros para financiamento de imóveis, o baixo estoque de unidades disponíveis e a queda na rentabilidade das aplicações de curto prazo, o que eleva a demanda por investimento em imóveis, explicam o desempenho positivo e permitem dizer que 2019 será o melhor ano da construção civil deste 2010.

Publicada originalmente no jornal A Tarde  em 02/10/2019

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