

As festas de fim de ano, marcadas por excesso de comida, maior consumo de bebidas alcoólicas, energéticos e poucas horas de sono, também trazem um alerta para a saúde do coração. Entre os dias 25 de dezembro e 02 de janeiro, especialistas apontam um aumento de 20% a 30% nas mortes por infarto, além da maior procura por atendimento nas emergências e UPAs.
O impacto está diretamente ligado a mudanças bruscas na rotina. Alimentação mais pesada, desidratação e esforço físico fora do habitual podem provocar alterações no ritmo cardíaco, além de agravar quadros já existentes. Arritmias e infartos acabam se tornando mais frequentes justamente em um período em que os serviços de saúde operam no limite.
Ao mesmo tempo, a leitura correta do eletrocardiograma (ECG), exame essencial para identificar problemas cardíacos, segue sendo um desafio. Dados de estudos da área médica indicam que 65% dos médicos recém-formados ainda cometem erros na interpretação básica do exame, o que pode atrasar diagnósticos importantes em situações de urgência.
Diante desse contexto, ferramentas tecnológicas de apoio à decisão clínica ganham espaço como aliadas na rotina assistencial, especialmente em períodos críticos como o fim de ano. O CARDIS, plataforma baseada em inteligência artificial treinada para interpretar eletrocardiogramas com rapidez e exatidão, tem sido utilizado para auxiliar profissionais de saúde na triagem e no atendimento inicial de pacientes com suspeita de eventos cardíacos.
De acordo com o médico idealizador da plataforma, Diego Cade, o sistema funciona via aplicativo ou desktop e pode ser operado por médicos generalistas, enfermeiros e técnicos capacitados, oferecendo parecer técnico em poucos segundos, baseado em diretrizes internacionais. “O uso desse tipo de solução busca reduzir falhas na leitura de ECGs e acelerar a identificação de alterações cardíacas em ambientes de alta pressão, como emergências e unidades de pronto atendimento”, pontua. “Mais do que uma inovação tecnológica, o CARDIS se insere no debate sobre a necessidade de enfrentar uma falha sistêmica de alto custo clínico e econômico: o atraso ou erro no diagnóstico de eventos cardiovasculares”, completa.
Ao contribuir para uma triagem mais rápida e assertiva, iniciativas desse tipo tendem a impactar diretamente a redução de custos assistenciais, o aumento da resolutividade médica e a prevenção de perdas associadas a eventos evitáveis, como internações prolongadas em UTI, óbitos e judicializações.
Em um período em que os excessos são mais frequentes e o sistema de saúde opera no limite, a combinação entre prevenção, qualificação profissional e uso estratégico da tecnologia pode ser determinante para salvar vidas.
SAIBA+
CARDIS – “Inteligência Artificial para Leitura de ECG e Apoio Clínico Imediato”
Quem faz:
– Diego Cade: médico, gestor e inovador em saúde, com experiência direta em emergências e sistemas públicos. Desenvolve soluções em inteligência artificial para reduzir falhas diagnósticas e aumentar eficiência assistencial.
– Mateus Couto: empresário global multipremiado de tecnologia e inovação, fundador da Solvum e presidente da Associação Baiana de Startups (ABAS). Com 16 anos de experiência, mais de 35 empresas investidas, representação nacional no G20 e 3 títulos mundiais, é o atual recordista nacional por alcançar a multiplicação de 51x de uma startup em um ano.
– Gabriel Leal: médico cardiologista intervencionista, com experiência em diagnóstico e tratamento de síndromes coronarianas agudas e emergências cardiológicas. Inovador da saúde, busca otimizar processos, deixar os diagnósticos mais precisos e melhorar condutas na área de atuação.
– Eduardo Saback Startari: médico radiologista, atua na transformação do diagnóstico por imagem. Une tecnologia e criatividade para romper limites da prática médica tradicional e ampliar a inteligência clínica.



