“A preservação do passado é condição para o entendimento do presente e para a construção de um futuro mais consciente”
Gilberto Freyre, sociólogo e antropólogo (1900-1987)
O último dia 13 marcou a passagem do 131º ano de existência do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, que, portanto, ostenta a honrosa condição de uma das mais antigas instituições culturais em atividade no Estado.
Impressiona a todo e qualquer observador minimamente atento e engajado com a vida cultural da sociedade baiana a marca de absoluta coerência e fidelidade a seus propósitos originais, quais sejam: a promoção de estudos de geografia, história e ciências afins, além da defesa do patrimônio histórico e artístico baiano e brasileiro.
Inaugurada no dia 02 de julho de 1923 como parte das comemorações pelo primeiro centenário da Independência do Brasil na Bahia, a sede do Instituto é um edifício de grande valor arquitetônico, projeto do italiano Júlio Conti e um exemplo da arquitetura eclética da época, com influências neoclássicas.
No seu interior, um acervo cultural que é verdadeira preciosidade, formado pela biblioteca Ruy Barbosa (35 mil exemplares, dentre os quais muitos livros raros), uma extraordinária pinacoteca, onde podem ser encontrados os retratos de inúmeras personalidades de destaque (heróis nacionais, artistas, políticos, religiosos e intelectuais) e uma das maiores hemerotecas (jornais e revistas) do Norte e Nordeste, além de acervo cartográfico, obras sacras e imagens iconográficas da cidade do Salvador.
Uma característica ao longo de toda a sua existência foi a manutenção do compromisso inabalável com a democratização do conhecimento, oferecendo acesso livre e gratuito para extensa programação cultural, com a realização dos mais diferentes eventos, tais como palestras, seminários, cursos, concertos, lançamento de livros, exposições de artes e de documentos, além de funcionar como apoio para diversas academias e instituições culturais que demandam espaço para realização de suas atividades.
Na passagem dessa data comemorativa, uma singela homenagem citando alguns dos mais expressivos expoentes da inteligência baiana, que, embora já não estejam entre nós, em vida se vincularam e se dedicaram a esta importante instituição, que, não por acaso, recebeu o carinhoso epiteto de “A Casa da Bahia”: Ruy Barbosa, Theodoro Sampaio, Miguel Calmon, Bernardino de Souza, Juliano Moreira, Pedro Calmon, Aloisio de Carvalho Filho, Afrânio Peixoto, Jayme de Sá Menezes, Octávio Mangabeira, Ernesto Simões Filho, Clementino Fraga, Luiz Vianna Filho, Luiz Henrique Dias Tavares, José Maria de Magalhães Neto, Edith da Gama e Abreu, Edgard Santos, Odorico Tavares, Aliomar Baleeiro, Hidelgardes Vianna, Orlando Gomes, Tales de Azevedo, Jorge Calmon, Cid Teixeira, Consuelo Novais Sampaio, Consuelo Pondé de Sena, Fernando Santana, Roberto Santos, Waldir Freitas de Oliveira, Edivaldo Boaventura, José Calazans Brandão da Silva, Oldegar Franco Vieira, João Eurico Mata, Germano Tabacof, dentre muitos outros merecedores de igual destaque.
Sérgio Faria, engenheiro, escritor, presidente da ALAS – Academia de Letras e Artes do Salvador e Diretor Financeiro do IGHB – Instituto Geográfico e Histórico da Bahia