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BAIANO NÃO É PREGUIÇOSO E A BAHIA EXIGE UMA RETRATAÇÃO FORMAL DO MINISTRO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Redação - 24/03/2025 09:00 - Atualizado 24/03/2025

O ministro do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, atingiu em cheio a dignidade dos baianos ao se referir a eles de forma preconceituosa e xenófoba durante uma sessão da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na terça-feira (18).

Chama a atenção o despreparo do ministro ao se referir aos baianos, em plena sessão do egrégio Superior Tribunal de Justiça, da seguinte maneira:

“Você já sabe, né? Baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil, que quando joga basquete, ele arremessa a bola na cesta e ela só cai no sábado”, disse João Otávio de Noronha.

A Bahia sofre há muitos anos com esse tipo de preconceito que, travestido de piada, tem o intuito de reforçar a ideia de que “baiano é preguiçoso”. Esse mote já foi utilizado em outras ocasiões, inclusive com o objetivo de prejudicar o estado. Na época da implantação do Polo Petroquímico de Camaçari, aqueles que se opunham à descentralização da atividade industrial no Brasil usaram esse argumento para afirmar que os baianos não seriam capazes de trabalhar no polo e cumprir seus três turnos de atividade.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), foi às redes sociais e pediu respeito, expressando indignação com o comportamento do ministro:

“É xenofobia pura. É estarrecedor ouvir, em pleno 2025, uma autoridade reproduzir um estereótipo preconceituoso contra o povo baiano.”

Outras autoridades deveriam se manifestar da mesma forma, até porque as supostas desculpas do ministro do STJ vieram acompanhadas do mesmo deboche e da mesma desconsideração com que ele trata os baianos.

“Os baianos que me perdoem, tenho uma simpatia enorme pela Bahia. Não me expulsem de lá porque eu adoro acarajé”, disse João Otávio de Noronha.

Ou seja, o ministro não se desculpou com os baianos. Para ele, a Bahia não é o quarto estado mais populoso do país nem a sétima maior economia, mas apenas o lugar onde se come acarajé.

A Bahia não aceita esse tipo de desculpa, repleta de deboche e ironia, especialmente quando vem de uma alta autoridade do país.

A Bahia exige do ministro do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, um pedido sério e formal de desculpas. Além disso, as autoridades constituídas deste estado, nos três poderes, deveriam exigir a retratação, tanto do magistrado quanto do Superior Tribunal de Justiça. (EP – 24/03/2025)

 

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