Quinze municípios baianos que escolheram os respectivos prefeitos no último domingo (6) tiveram uma disputa apertada e o resultado decidido por menos de 100 votos de diferença. O cientista político e professor Cláudio André de Souza observa que as eleições acirradas ao redor do estado refletem a escassez do mercado de trabalho. “Várias cidades baianas não têm uma grande parte da população se ocupando no mercado de trabalho ou têm mercado privado, do ponto de vista de geração de indústrias ou serviços. Então, a prefeitura ganha uma centralidade como o principal mecanismo de ascensão em torno de oportunidades socioeconômicas”, pontua em entrevista ao Jornal Correio.
Ele acrescenta que, diante desse cenário, os grupos políticos, muitas vezes vinculados à figura de famílias, se reproduzem na política durante um longo período, gerando uma previsibilidade que torna as eleições cada vez mais acirradas. Isso é ainda mais forte nas cidades que não têm segundo turno e que, portanto, só tem dois grupos políticos. “Eu entendo que essa pequena diferença de votos tem uma relação intrínseca com um padrão de polarização em cidades menores, abaixo de 20 mil habitantes”, completa.
Confira as 15 cidades baianas que tiveram prefeitos eleitos com menos de 100 votos de diferença:
1) Santa Terezinha – 4 votos
2) Manoel Vitorino – 26 votos
3) Igrapiúna – 29 votos
4) Itaju da Colônia – 34 votos
5) Cotegipe – 36 votos
6) Mulungu do Morro – 47 votos
7) Pilão Arcado – 51 votos
8) Lajedão – 53 votos
9) Contendas do Sincorá – 58 votos
10) Lajedinho – 62 votos
11) Boquira – 68 votos
12) Baixa Grande – 74 votos
13) Jussiape – 86 votos
14) Barrocas – 88 votos
15) Retirolândia – 89 votos
Crédito: José Cruz/Agência Brasil