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TRÊS ANOS DEPOIS, BAHIA AINDA TEM 6 MILHÕES DE PESSOAS COM IMUNIZAÇÃO DA COVID INCOMPLETA

João Paulo - 19/01/2024 09:00

Hospitais lotados e cemitérios que não davam conta de atender a quantidade de mortos. Velórios coletivos com caixões fechados. Não faz muito tempo que a Bahia se chocava com as imagens da tragédia causada pela pandemia da covid-19. O estado registrou 189 mortes em um único dia, em abril de 2021. Há exatos três anos, a primeira pessoa era vacinada contra a covid na Bahia e, aos poucos, a imunização garantiu a melhora das condições sanitárias. Mesmo assim, seis milhões de baianos ainda não completaram o esquema vacinal.

Desde que a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, na época com 53 anos, se vacinou sob os olhos da imagem de Santa Dulce dos Pobres, em Salvador, muita coisa mudou. Mais de 31 mil pessoas morreram por covid na Bahia nas quatro ondas da doença e outras cinco doses da vacina foram disponibilizadas. A última delas, reforço da bivalente, só está disponível para idosos e imunocomprometidos.

A primeira dose do imunizante bivalente – que garante a proteção contra variantes – foi disponibilizado em abril do ano passado. Desde então, 86% da população baiana não procurou os postos de saúde para se vacinar. Com menos mortes e casos graves, o medo diminuiu, o que preocupa especialistas. “Observamos o aumento do número de casos desde o final do ano passado e, apesar de serem leves, trazem letalidade. A vacina deve entrar no calendário básico de vacinação e voltar a ter o grau de importância do início da pandemia”, analisa a médica Áurea Paste, coordenadora da residência de Infectologia do Instituto Couto Maia.

Somente entre 8 e 15 de janeiro, 20 pessoas morreram por complicações da covid na Bahia, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A engenheira agrônoma Aline Torres, 28, lembra bem dos momentos de aflição que viveu em 2020, primeiro ano da pandemia. A mãe dela precisou ser transferida de Barreiras, no oeste, para Salvador, para ser internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI). “Minha mãe é obesa, hipertensa e asmática. Só quem viveu o medo de perder alguém sabe a importância da vacinação. Em Barreiras não tinha leito e ela ficou uma semana internada na capital”, relembra. Durante a hospitalização, a mãe de Aline perdeu 17 quilos, mas não teve sequelas graves. Mesmo assim, toda a família completou o esquema vacinal.

Essa não é a realidade para a maior parte da população baiana. Luís Eduardo Magalhães, no oeste, onde a engenheira mora, por exemplo, tem uma das menores proporções de pessoas que tomaram todas as doses, de acordo com a Sesab. Por lá, 75% dos habitantes não chegaram a 3º dose. “É triste ver como a doença é banalizada por muitas pessoas aqui. Quem sai com máscara e álcool é visto como extraterrestre”, relata.

Para intensificar a vacinação contra a covid na capital baiana, a Sesab em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), realiza uma campanha em pontos turísticos até domingo (21). Mais de 263 mil pessoas tomaram a vacina bivalente na capital, o que representa 32% do público alvo. Confira os locais de vacinação:

Sexta- feira (19)

  • Praça da Igreja do Bonfim (08h às 12h)
  • Ponta do Humaitá (14h às 16h)
  • Vila Caramuru (Rio Vermelho) – 08h às 13h
  • Farol da Barra (13h às 16h)
  • Sereia de Itapuã/ Stella Maris/ Praia do Flamengo/ Aeroporto (09h às 16h)
  • Gbarbosa do Costa Azul (09h às 16h)
  • Ferreira Costa (09h às 16h)
  • Estação Rodoviária (09h às 16h);
  • Shopping Bela Vista (09h às 16h)

Sábado (20)

  • Farol e Porto da Barra (08h às 14h)
  • Terminal Náutico/ MAM (08h às 14h)
  • Praça do Bonfim/Monte Serrat/ Ponta do Humaitá/ Ribeira (08h às 14h)
  • Praia do Flamengo/ Sereia de Itapuã (08h às 14h)

Domingo (21)

  • Vila Caramuru – Rio Vermelho (08h às 14h)
  • Santo Antônio Além do Carmo- Pelourinho- Saúde (08h às 14h)
  • Praça do Bonfim/ Monte Serrat/ Ponta do Humaitá/ Ribeira (08h às 14h)
  • Aeroporto/ Lagoa do Abaeté (08h às 14h)

 

Crédito: Imagem de fernando zhiminaicela por Pixabay

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