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PRESIDENTE DA EMGEPRON FALA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO CLUSTER TECNOLÓGICO NAVAL NA BAHIA

Douglas Santana - 07/08/2023 12:03 - Atualizado 07/08/2023

A Bahia é o estado com o maior quantitativo de municípios que se encontram em frente ao mar, e contempla a maior área costeira da Amazônia Azul, com 1.100 km e 36 municípios, o que demonstra o seu grande potencial econômico. Nesta segunda (07), foi apresentado o projeto para implantação de um Cluster Tecnológico Naval, no estado.

O Bahia Econômica entrevistou o Vice-Almirante (IM) e presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), Edesio Teixeira Lima Junior, para falar sobre o desenvolvimento e oportunidades da Economia Azul na Bahia.

“Na Bahia, estão ocorrendo diversos movimentos no sentido de valorização da Economia do Mar e da Mentalidade Marítima. […] É importante a participação de todos nesse processo porque sabemos o potencial econômico da Baía de Todos-os-Santos (BTS), a maior baía do Brasil e a segunda maior do mundo. O fato dessa apresentação ser realizada na Associação Comercial da Bahia (ACB) já é bem representativo por ser a mais antiga entidade empresarial do Brasil e por ter como característica integrar ideias e demandas do setor empresarial. Basta lembrarmos que 95% do comércio exterior do Brasil é feito por vias marítimas”, explica Edesio Teixeira.

A plataforma já existe no estado do Rio de Janeiro, e busca criar um ambiente de cooperação e parcerias para agentes econômicos, públicos e privados a partir de um espaço de diálogo e negociação entre academia, indústria e governo.

“O Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ) se vale das vantagens competitivas e comparativas já proporcionadas pela própria característica geográfica do Estado do Rio de Janeiro, onde encontramos portos naturais, como os da Baía de Guanabara e de Sepetiba, e ecossistemas privilegiados, como a da Baía da Ilha Grande de Angra dos Reis, da mesma forma que a abundância de recursos vivos e não-vivos na sua costa, como a diversidade de pescados e os campos petrolíferos da camada do pré-sal”, afirma.

Entre as principais ações para a implantação na Bahia estão a identificação dos principais atores e a criação de um plano de ações visando ao desenvolvimento coordenado e sustentável das atividades econômicas relacionadas ao mar no estado.

“Ainda estamos em uma fase de apresentar a ideia e o conceito. O propósito do evento é promover uma ampla discussão sobre as oportunidades e desafios que se apresentam. Diria que precisamos inicialmente identificar com clareza quem são esses principais atores que podem participar dessa criação para um desenvolvimento coordenado e sustentável das atividades econômicas relacionadas ao mar no Estado. […] Pode-se dizer que após a fase de identificação dos atores, a próxima fase seria um mapeamento de todas as atividades ligadas ao mar”, disse o presidente da EMGEPRON.

De acordo com dados da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), estima-se que o mar gere R$ 2 trilhões por ano ao Brasil, o que representa 19% do PIB.

“A Economia do Mar contemplas as mais diversas atividades relacionadas ao mar, como por exemplo, a produção de petróleo e gás offshore, a segurança e defesa, a infraestrutura portuária, o transporte marítimo, a indústria naval, a extração de minérios do mar, além do turismo náutico e costeiro, que se desdobram na cultura regional ligada ao mar, como a música, a pintura, livros e a culinária”, conclui.

 

Foto: Divulgação/Ascom Comando do 2º Distrito Naval

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