O Censo de 2022 trouxe uma informação inesperada: a população de Salvador se reduziu em mais de 257 mil habitantes ao longo de 12 anos, uma queda de 9,6% no contingente de moradores. Várias explicações foram levantadas como a queda da taxa de natalidade e a pandemia que levou muitas pessoas a saírem de Salvador para o interior, passando a trabalha home-office. Mas o economista e jornalista Armando Avena afirma, nesta quinta-feira em sua coluna no jornal A Tarde, que esses fatores devem ter influenciado a perda populacional, mas que há um problema econômico por trás dessa mobilização.
“Fuga de moradores” é sinônimo de perda de dinamismo econômico e de redução do mercado consumidor. A perda é muito expressiva, é como se uma Camaçari inteira tivesse ido embora de Salvador”, afirma Avena.
O economista lembra que várias cidades apresentaram queda na taxa de natalidade, foram submetidas à pandemia e não tiveram uma perda tão expressiva de população e algumas até aumentaram o contingente populacional. Em relação à violência, o economista afirma que o problema é grave e é mais um fator, mas não pode ser o determinante, lembrando que Manaus é uma das cidades mais violentas do Brasil e sua população cresceu quase 15%.
“Dizer que a população de Salvador está migrando para Lauro de Freitas ou Camaçari é uma explicação, mas essa explicação indica que há um problema econômico em Salvador, afinal cidades menores vem se mostrando mais atrativas em termos de emprego e geração de renda do que a capital, principal lócus político e econômico do Estado. Aliás basta olhar os dados para ver que Salvador vem reduzindo sua participação no PIB baiano. Precisamos estudar e avaliar o que está acontecendo para corrigir os rumos”, afirma Avena.
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