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GOVERNO DISCUTE COM PETROBRAS FIM DA PARIDADE DE PREÇOS COM O EXTERIOR

João Paulo - 02/03/2023 06:55 - Atualizado 02/03/2023

A diretoria da Petrobrás já começou a discutir mudanças na sua política de preços. Este é o ponto central de uma série de mudanças que o governo

Lula pretende colocar em prática para conter o impacto de aumentos de gasolina e etanol nas bombas. A ideia é acabar com a Paridade de Preços de Importação (PPI), adotada desde 2016, que leva em conta a cotação do petróleo e do dólar em 100% do cálculo.

Segundo Reportagem do Jornal O Globo, a proposta em discussão, segundo fontes, prevê que 85% do cálculo seja feito com base nos custos de produção nacional e os 15% restantes estejam atrelados às cotações internacionais. Essa nova proporção atenuaria o impacto das flutuações do dólar e do petróleo no mercado internacional.

O cálculo pode sofrer pequenas variações no caso do diesel e da gasolina já que o volume de importações é diferente. O debate sobre o novo modelo ainda não chegou ao âmbito do Conselho de Administração da estatal, o que só deve ocorrer após a assembleia geral de acionistas prevista para 27 de abril.

O tema é considerado de difícil solução dentro da própria empresa, uma vez que o que se busca é a adoção de uma regra dentro de parâmetros de mercado, mas que amorteça a turbulência em momentos de maior oscilação no mercado internacional. A Petrobras anunciou previsão de pagamento de dividendos, de R$ 2,74 por ação, referentes ao quarto trimestre, o equivalente a R$ 35,8 bilhões. Com os números divulgados ontem, a Petrobras somará R$ 215,8 bilhões em lucros divididos referentes a 2022.

Mas em um sinal da direção que o governo pretende conferir à empresa este ano, a Petrobras informou que o Conselho de Administração da estatal, por sugestão da diretoria, vai propor que os acionistas avaliem a criação de uma reserva para reter até R$ 0,49 por ação com e sem direito a voto, referente ao balanço de 2022. O montante ultrapassa o previsto na regra adotada pela petroleira para definir quanto vai compartilhar com os acionistas. Caso eles não aceitem a proposta, o valor seria repassado em 27 de dezembro deste ano.

No ano passado, a Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos, de acordo com ranking global. E a farta divisão de lucros com os acionistas vinha sendo alvo de críticas do governo. Ao reter recursos, a empresa teria mais capital disponível para outros fins, como investimentos.

Fonte: O Globo

Foto: Marcia Foletto/Agência O Globo

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