A ECONOMIA DOB O SIGNO DE LULA
A eleição de Luís Inácio Lula da Silva traz bons ventos para a economia brasileira. É preciso, naturalmente, esperar a definição dos nomes que vão compor a equipe econômica para avaliar que caminhos que serão seguidos.
Olhando para trás, pode-se se afirmar que a política econômica nos dois governos de Lula foram de estímulo ao crescimento econômico, mesmo com a crise de 2008 praticamente paralisando o planeta. Os oito anos do governo Lula registrou crescimento médio de 4,1% e a renda per capita teve um aumento médio de quase 3%. E isso foi possível por conta da inserção no mercado consumidor de milhões de pessoas, criando a famosa “Classe C”, que ampliou o mercado de consumo brasileiro e com isso dinamizou indústria, comércio, serviços e turismo. Naturalmente, no atual quadro da economia brasileira não será tão fácil fazer isso, antes de qualquer coisa será preciso restabelecer a higidez fiscal e reelaborar o orçamento de 2023, o que exige negociação com o Congresso Nacional.
Será necessário também viabilizar uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos e garantir um “waiver” temporário, uma licença para gastar acima do teto. Isso será necessário para viabilizar o Auxílio Brasil de 600 reais, o pagamento adicional de R$ 150,00 por criança de até seis anos, a isenção da tabela do Imposto de renda para R$ 5 mil e o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Há quem diga que o mercado sanciona gastos até o limite de R$ 100 bilhões, mas acima disso haveria comprometimento da solidez fiscal. Será preciso também realocar os R$ 20 bilhões do famigerado orçamento secreto e isso pode ser feito diretamente ou tornando as emendas impositivas por parte do governo de forma a direcioná-las para setores como saúde e educação. Será imprescindível apresentar imediatamente o arcabouço fiscal do país e com isso estimular a queda da inflação e a lenta redução dos juros.
É preciso, por outro lado, desarmar o nó nas finanças de estados e municípios com uma solução para a redução do ICMS de energia e combustíveis que, ser for mantida, demandará uma nova política de preços para a Petrobras pois, como previu este economista diversas vezes, o preço da gasolina já está subindo. De todo modo, o passado joga a favor de Lula, pois seus governos anteriores foram marcados por realismo fiscal, estabilidade econômica e crescimento do PIB. Muitas dúvidas ainda pairam no ar, inclusive com relação a política de investimentos já que o presidente eleito prometeu o reestabelecimento do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, mas será preciso definir de onde virão os recursos para sua implantação.
Em tempo: traz tranquilidade para o mercado a escolha de Geraldo Alckmin para ser o coordenador geral da transição, afinal, com ele não há hipótese de aventuras no campo orçamentário.
A DIVISÃO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA
A equipe de Lula já dá como certo que o Ministério da Economia será divido em três pastas: Ministério da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio. Isso é muito bom, porque no atual governo a força da pasta da Fazenda tirou qualquer importância das secretarias do Planejamento e da área de Indústria e Comércio. Fazenda e Planejamento nunca podem estar juntas, pois na primeira a visão é de caixa, já na segunda a visão é de gasto estratégico. O governo Bolsonaro nunca fez planejamento e as medidas iam sendo tomadas de supetão, sem um plano estratégico e o mesmo se pode dizer da Industria e Comercio, cujas funções desapareceram e o país passou 4 anos sem política industrial.
AS VENDAS NO NATAL
O comércio baiano deve registrar crescimento nas vendas de 2,4% em dezembro, mês do Natal. As empresas devem faturar 11,2 bilhões de reais, sendo o melhor resultado para o mês desde 2015. Em relação a dezembro de 2019, o aumento deve ser de 263 milhões de reais, quando no ano passado o aumento foi de R$ 10,9 bilhões. As informações são da Fecomércio – Ba, que fez pesquisas de intenção de compra de presentes para o Natal. Haverá redução nas vendas de vestuário e calçados, mas as venda s de móveis eletrodomésticos e eletrônicos vão crescer. Supermercados e farmácias também devem aumentar as vendas. O crescimento de vendas é positivo, mas inferior a média dos melhores anos.
Publicado no jornal A Tarde em 03/`10/2022