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DIA DAS CRIANÇAS: BUSCA POR PRESENTES IMPULSIONA VENDAS NO MERCADO

Redação - 12/10/2022 07:28 - Atualizado 12/10/2022

Por: Amanda Oliveira e Tácio Caldas

Segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) R$8,13 bilhões devem circular em vendas em 2022.

O número representa uma retração de 3,1% em comparação a 2021, ano no qual o comércio movimentou R$ 8,39 bilhões em vendas. Apesar desse cenário, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Salvador, Renato Ezequiel, em entrevista ao Bahia Econômica, demonstrou otimismo com a data. “Mesmo com o cenário atual que estamos vivendo, tenho certeza de que não haverá retração nas vendas no comércio em geral, até porque o “Dia das Crianças” sempre foi marcado pelo aumento das vendas”, pontuou Ezequiel.

Mas isto não é o que prevê a Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). A alta inflação afetou o preço de bens e serviços popularmente comercializados. Segundo o consultor econômico da entidade, Guilherme Dietze, “o importante é entender que a gente está com a inflação ainda muito elevada e os juros bem altos. Isso tem dificultado muito o consumo das famílias e isto trouxe a inadimplência ao maior nível histórico em Salvador. As famílias não têm dinheiro para gastar além do essencial, não há sobras. Presente a gente considera supérfluo, por isso, creio que neste ano o cenário será marcado pelas lembrancinhas e não pelos presentes, porque a capacidade de consumo das famílias está muito limitada. Por consequência, isto gerará um efeito ruim para as vendas do “Dia das Crianças”, alertou Dietze.

Ao todo, 13 itens foram analisados pela Fecomércio-BA, 11 aumentaram o valor nos últimos 12 meses. Roupas e sapatos tiveram um aumento significativo de 30%, os brinquedos aumentaram cerca de 15%. Por outro lado, os produtos eletroeletrônicos estão até 12% mais baratos. Por esta perspectiva, tanto o sindicato quanto a Federação do Comércio do Estado da Bahia, acreditam que os clientes devem optar por produtos mais baratos.

Para Renato Ezequiel, “no momento de dificuldades é uma tendência do mercado escolher produtos mais baratos, mas o momento indica que a procura por bicicletas, celulares, tabletes e outros produtos eletrônicos devem ser altas”. Já segundo Guilherme Dietze, essa tendência é diferente. “É muito difícil a gente saber o tipo de presente, mas o que a gente vem observando é que a tendência será para esses brinquedinhos bem mais simples, como os Pop It de 2021, e isso deve atrair mais o consumidor neste momento e deve ser o que eles conseguem pelo menos encaixar no bolso”, afirmou Dietze.

Para a data é natural que os varejistas queiram aproveitar bem o momento, mas é necessária uma preparação prévia. Renato aponta que “ os empresários que acreditaram no “Dia das Crianças” e reforçaram seus estoques, vão faturar muito mais”. A Fecomércio-BA também entende a importância de ter um estoque, mas acredita que o comerciante ainda está otimista. De acordo com Guilherme, “o lojista tem na sua essência a esperança, no entanto ele tem a dimensão concreta que a coisa não está fácil na questão do consumo, o que implica em investimentos menores em estoques. O comércio é muito ágil e vai controlando o estoque à medida que vai notando à demanda”, esclareceu Dietze.

No calendário brasileiro, esta data é um feriado e para os empregados trabalharem, o empregador precisa cumprir as regras da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Para ter funcionários e mais chances de lucro, os empresários também vão precisar fazer investimentos extras em pessoal. Segundo Renato, “esse feriado não precisa de anuência do sindicato, as lojas que abrirem as portas nesse dia tem por obrigação pagar 50 reais, mais alimentação, vale transporte e uma folga no período de 30 dias”, finalizou.

* Revisado pelo Jornalista João Paulo Almeida

Foto: Reprodução

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