O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro deve pagar por divulgar informações falsas, ao comentar a decisão tomada pelo Facebook de retirar do ar uma live do chefe do Executivo. No vídeo, Bolsonaro relacionava os imunizantes contra Covid-19 e o risco de disseminação de Aids em pessoas vacinadas.
A doença pode ser transmitida por meio de relações sexuais ou por recebimento de hemoderivados contaminados com o HIV e cientistas não descobriram nenhuma relação com a vacina contra Covid. “Se ele (Bolsonaro) não tiver nenhuma base científica, ele vai pagar sobre isso”, afirmou Lira, ao responder sobre o assunto durante um seminário sobre o agronegócio em São Paulo.
Em sua live semanal na última quinta-feira (21), Bolsonaro leu uma notícia falsa que dizia que relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que as pessoas completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida “muito mais rápido que o previsto”.
A afirmação do presidente ocorreu um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por nove crimes em função de sua conduta durante a pandemia. A live foi apagada na noite de domingo.
O Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirmou, por nota, que há relação conhecida entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o HIV, e repudiou “toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”.
Foto: Luiz Macedo – Câmara dos Deputados