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ÚNICO PRODUTOR DE AÇÚCAR DA BAHIA JÁ SUPEROU MAIS DA METADE DAS PRODUÇÕES DE USINAS DE SP E REGIÃO CENTRO-SUL

Redação - 25/05/2021 17:07 - Atualizado 25/05/2021

O diretor financeiro  da Agrovale, Guilherme Colaço Filho, falou um pouco sobre a história da empresa, quais são seus principais diferenciais frente às demais usinas e explicou quais são as projeções para o futuro da companhia e do cenário mercantil.

A Agrovale é uma empresa produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade, reconhecida como uma das maiores indústrias do estado da Bahia. A mesma se destaca no setor sucroalcooleiro como referência em agricultura irrigada e produtividade de cana por hectare, associada a uma eficiente política de sustentabilidade.

Para quem não conhece, o que é Agrovale e como você descreveria a trajetória da empresa?

“A Agrovale surgiu há 50 anos atrás, com a intensão de desenvolver uma usina de açúcar no sertão Bahia, a qual seria 100% irrigada, ou seja, não dependeria de condições climáticas para ter sua produção, o que ainda é um grande problema no Nordeste”, disse. “Por usarmos a irrigação, conseguimos atingir produções muito acima da média nacional, assim chegamos a produzir quase o dobro do que as outras usinas da região, além de superarmos em quase 60% a produção de usinas de São Paulo e região Centro-Sul.”
“As demais usinas de açúcar e álcool normalmente plantam a cana, fazem a adubação pontual e só vão ver de fato a produção no dia da colheita. Na Agrovale não, todos os dias temos nossos funcionários que vão ao campo fazer a irrigação, a adubação na medida correta, cuidamos da cultura a medida que ela vai crescendo”, afirma o diretor. “Nosso método produtivo é totalmente diferente do tradicional, e isso leva ao nosso resultado tão acima da média. Ficamos muito felizes pois acaba sendo uma usina fora do eixo normal, em relação a cana.”

Sobre o mercado em si, quais são os pontos fortes da Agrovale estar situada no Nordeste?

A Bahia é o maior estado consumidor do Nordeste, então nossa fundação no estado foi estrategicamente pensada, já que no final do dia somos o único produtor de açúcar em toda Bahia”, explicou Colaço. “É muito benéfico para a Agrovale estar localizada em Juazeiro, porque conseguimos tirar o proveito da produção e atendemos também um mercado carente de açúcar e álcool no estado.”

“Com essa demanda de cuidar da cultura diariamente, nós nos tornamos um dos maiores empregadores da Bahia, tendo em nosso quadro cerca de cinco mil funcionários diretos, com carteira assinada e seus devidos benefícios”, comenta. “A região de Juazeiro, comparada a capital, é muito mais pobre, então isso gera um impacto social muito importante para a empresa e para as pessoas que moram ali.”

Quais são as projeções para o futuro da empresa?

“Nos últimos anos viemos investindo cerca de R$ 130 milhões na irrigação, visto que existem alguns métodos desse setor no mercado, e a Agrovale está passando por uma fase de transição para abandonar os meios mais antigos, que usam mais água e são menos produtivos, por funções mais modernas, nas quais praticamente não há desperdício de água e é possível produzir muito mais usando menos consumo”, destacou.

“Além disso, pretendemos aumentar ainda mais nossa rede de tecnologia em geral, e em paralelo a tudo isso alavancar nossa capacidade de produção de energia. Para isso, colhemos a palha da cana após a colheita e a encaminhamos à indústria, que irá transformá-la em energia limpa para atender o município de Juazeiro.”

Quais são as expectativas de mercado para os próximos anos?
“O cenário que temos desenhado é desafiador, pois ainda convivemos com a Covid-19, que é uma preocupação constante desde a saúde dos funcionários até conseguirmos continuar fornecendo nossa doação de álcool 70% para os órgãos públicos de forma totalmente gratuita”, esclareceu o diretor.

“O período atual também é muito difícil devido a falta de suprimentos, além dos preços estarem acima do comum, mas em compensação o mundo hoje vive uma falta de açúcar, o que elevou preço do nosso produto, então acabamos tendo um mercado promissor nos próximos anos decorrente dessa ausência da matéria-prima.”

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