Por: João Paulo Almeida
Bahia Econômica – Salvador é uma das cidades que mais gera desemprego no nordeste e no Brasil segundo dados do IBGE. Quais seriam os pontos que a senhora abordaria para gerar mais emprego em Salvador ?
Major Denice – Infelizmente esse é um dado que vem nos preocupando a anos e as gestões passadas não conseguiram encontrar uma equação descente para resolver esse problema. Somos uma cidade de serviços e precisamos maximizar todas as nossas potencialidades: beleza, história, mar, arquitetura, esporte, saúde, cultura e o nosso simbolismo. E transformar isso em grandes possibilidades de geração de renda e emprego, assim como investir em uma cidade comprometida com a sua população de desempregados e com aqueles que atuam na informalidade e, às vezes, precisa de incentivo, de um apoio para viver, produzir e manter de forma digna e sustentar a sua família. Investir na capacitação e formação profissional fortemente, retomar os programas de desenvolvimento e infraestrutura, celebrar parcerias com organizações da sociedade civil e empresas, sinalizando possibilidades de desoneração dos setores para viabilizar um pacto social e um amplo movimento que gere emprego e ao mesmo tempo renda será uma determinação nossa.
Temos milhares de desempregados e é indispensável fomentar o desenvolvimento econômico inclusivo e solidário, gerando trabalho e renda, reduzindo desigualdades, atraindo investimento para criação de emprego, geração de renda, investimento para a economia criativa, além de fomentar a indústria, o comércio e o setor de serviços local, com ênfase na dinâmica dos bairros e no empreendimento coletivo. Temos também que apostar fortemente em modernizar a ciência e tecnologia voltadas aos setores produtivos do município.
BE- As pesquisas apontam o candidato do prefeito ACM Neto com vantagem diante de todos os cenários. Como trabalhar para reverter essa situação?
MD – Mostrando às pessoas as diferenças entre os dois projetos e pontuando que nós sabemos cuidar de gente, cuidar das pessoas. Temos o modo petista de governar e sabemos muito mais que embelezar a cidade. Nós sabemos cuidar das pessoas, proteger elas, e eu faço isso a minha vida toda. Na Ronda Maria da Penha foi assim, no AME Trânsito cuidando de crianças em situação de sinaleira foi assim. Eu sou alguém que cuidou das pessoas a vida toda e escolhi para minha vida cuidar de mais gente ainda, quero cuidar de cada pessoa de Salvador.
BE- A senhora é a candidata do governador Rui Costa. A base do governo hoje tem quatro nomes. Isso pode enfraquecer a oposição a prefeitura?
MD – Cada partido tem a legitimidade de lançar candidatos e isso só fortalece a democracia, não enfraquece nenhuma candidatura.
BE- Quais seriam suas propostas para educação básica de salvador?
MD – Sobre a educação básica dos soteropolinos e soteropolitanas são muitas as demandas que tenho ouvido em diálogo com a população. Posso citar algumas, como a escola de tempo integral, que é uma das formas mais importante de assegurar um planejamento para o futuro desta nossa geração em fase escolar; a Educação Infantil, que hoje tem uma rede fragilizada e sem apoio municipal para escolas e creches comunitárias; a infraestrutura das escolas, que em muitos casos sequer tem condições de receber crianças; entre outras questões que a plataforma ‘Salvador, Mãe de Todos’ está recebendo no seu fórum de participação. Para sanar essas e entres outras demandas, vamos ampliar em 50% as vagas para escola em tempo integral; Implantar um Programa Municipal de combate à evasão escolar, com ampla mobilização de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de alfabetizar no tempo certo (EJA); Criar o Centro Municipal de Formação continuada para os profissionais da educação, professores, gestores, coordenadores pedagógicos e servidores, em parceria com o Governo do Estado da Bahia, ANISIO TEIXEIRA (IATE), em regime de colaboração; Construção de creches municipais, além do fortalecimento e consolidação da parceria com as creches comunitárias, buscando atingir os bairros que não possuem creche como Bairro da Paz, Pernambués, Engenho Velho de Brotas, Paripe, São Cristóvão, Calabetão, Boca do Rio, dentre outros.
BE- Quais seriam suas propostas para saúde publica de Salvador?
MD – O nosso desafio será realizar ações integradas de reforço ao enfrentamento à COVID-19, e seus desdobramentos e para isso é necessário um amplo diagnóstico dessa população e suas características e perfil populacional. A crise sanitária nos mostrou a importância de trabalhar em harmonia com o Estado e deixar de fazer política quando a vida das pessoas está em risco. Para isso, vamos criar a Maternidade Municipal e o Programa de Saúde Integral da Mulher com o “DISQUE MAMÃE” visando a prevenção de doenças através da realização de consultas e exames, redução da mortalidade materna e infantil, com as 8 (oito) consultas pré-natais a 100% das gestantes, com monitoramento através de ecnologias disponíveis; Criar 4 policlínicas e expandir e consolidar a Atenção Básica, alcançando uma cobertura mínima da Estratégia de Saúde da Família de 70% da população municipal; Estruturar e fazer funcionar o sistema centralizado de agendamento e marcação de exames realizando a integração com a rede existente, articulado com os Distritos Sanitários e as UPAs, garantindo a realização dos exames; Estruturar a Central Municipal de Regulação e Mediação em Saúde, qualificando o acesso aos leitos hospitalares, articulado com a Central de Regulação Estadual; Criar salas especiais em todas as UBS para atendimento aos diabéticos e, principalmente, ao pré diabético, buscando evitar a amputação de membros.
BE- Os funcionários públicos estão a muito tempo sem reajuste e insatisfeitos com a gestão do prefeito. Como o senhor vai lidar com o funcionário publico na cidade?
MD – Eu irei promover uma gestão olhando para as pessoas. E os funcionários e servidores públicos estão obviamente incluídos nisso. Serei uma prefeita do diálogo, não abrirei mão do diálogo. Irei cuidar dos servidores públicos, porque entendo as dificuldades que eles enfrentam. Eu vivi as mesmas coisas, pois sou uma trabalhadora da segurança pública, uma servidora pública que precisa se colocar no lugar dos meus colegas.
BE- A senhora pretende manter a expansão do BRT ?
MD – É um caso em que estamos estudando e avaliando. O BRT é a real solução do problema? Vale a pena todo o desatre ambiental que ele tem causado? Muitos pontos temos que observar com muito cuidado. O que não podemos fazer é assumir a prefeitura e deixar a obra parada ou imcompleta. Não podemos fazemos do BRT o que fizeram com o metrô de Salvador, em que as obras ficaram paradas por anos e a população a deriva na qualidade do transporte público. Sendo soluciado só quando nosso Governador Rui Costa (PT) assumiu o governo do estado.
BE- Qual será a principal frente da sua campanha ?
MD – Cuidar de gente. Cuidar das pessoas de Salvador, sobretudo dos soteropolinos e soteropolitanas que mais sofrem em Salvador. Dar oportunidades para estudar, proporcionar postos de trabalho, oportunidades para empreender. Quero dialogar na construção de um amplo processo de retomada do nosso desenvolvimento, procurando respeitar todos que também estão vivendo momentos de crise e que tem mantido os empregos e possibilitando a sobrevivência da parte formal da cidade. Sentaremos com a sociedade, com os movimentos sociais, centrais sindicais, associação e faremos um grande pacto social para fazer a nossa cidade crescer e se desenvolver.
Foto: divulgação