Por: João Paulo Almeida
BE- Salvador tem hoje uma média de 95% de seus hotéis fechados por causa da pandemia. Qual o tamanho do prejuízo para o setor hoteleiro?
LL- Estamos vivendo um verdadeiro colapso na hotelaria em decorrência da pandemia do coronavírus (Covid-19). Diante desta crise, há um impacto de quase R$ 1,5 bi no PIB da Bahia em cada mês que perdurar esta crise. Em março, Salvador apresentou a taxa de ocupação mais baixa da história do setor hoteleiro. Os dados evidenciam que até o dia 15 do mês a ocupação estava em ritmo normal. Posteriormente caiu e na última semana chegou a 4%. As reservas dos hotéis foram reduzidas a praticamente zero, além do cancelamento total de eventos, o que evidencia que a crise já comprometeu o ano de 2020.
BE- Como o senhor avalia as medidas da prefeitura que vai incentivar o novo agendamento das reservas, além da redução de impostos como formas de incentivo ao setor?
LL – A ABIH-BA avalia como positiva a ação de incentivo as reservas. Também estamos preparando uma campanha de estímulo à reservas futuras. O segmento turístico aguarda dos Governos (Municipal, Estadual e Federal) medidas efetivas de isenção de impostos, sobretudo os que vencem em abril/2020 que foi referente a março/2020. Desta forma será possível minimizar os impactos.
BE- Em quanto tempo o setor hoteleiro deve retomar a curva de crescimento visto que esse ano era de grandes expectativas com a chegada do Centro de Convenções?
LL- O ano de 2020 indicava que que teríamos um desempenho melhor que 2019. No entanto, fomos atingido em cheio com o coronavirus e nosso faturamento chegou próximo de zero. A retomada dependerá diretamente do tempo de finalização da pandemia e seus efeitos no Brasil. Nossa expectativa é que a partir de julho/2020 o segmento inicie uma trajetória de recuperação.
BE- Qual será o tamanho do impacto na empregabilidade do setor hoteleiro da Bahia com essa pandemia?
LL – Mais de um milhão de pessoas dependem do turismo na Bahia. O impacto será muito grande considerando que a grande maioria dos hotéis, em todas as 13 zonas turísticas, interrompeu praticamente todas as atividades. Com isso todo o segmento de turismo – agência de viagens, organizadores de eventos, locadoras de veículos, receptivos, guias turísticos, dentre outros, tiveram suas receitas impactadas. Precisamos de solução urgente para evitar a demissão de milhares de pessoas nos próximos dias, caso não tenhamos apoios governamentais suficientes. Também é extremamente importante haver uma flexibilização dos sindicatos nas negociações, considerando que a finalidade é evitar as rescisões de contrato de trabalho em massa. A ABIH-BA está empenhada em conter uma degradação do setor ainda maior e lutará constantemente para a manutenção dos empregos e sustentabilidade dos negócios.
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