Pensando aqui com meus botões até que ponto nós, seres mortais de
todas as partes do mundo, sabemos de fato o que ocorre em nosso próprio
quintal. Deixando de ladinho a mania de teorizar conspirações (só de
ladinho) e até fingir que a gente nunca leu e nem creu em nadica de
nada do que contam a respeito da Elite Global e sobre a assombrosa
possibilidade de estarmos agindo e reagindo como humanos-robôs
conduzidos e manipulados pelas “brilhantes” mentes dos que se unem
estrategicamente para dominar pessoas, nações e mundo, será que dá
realmente para acreditar que sabemos de tudo ou temos infomações reais
dos fatos da forma como ocorrem? Afinal, a China vem sendo um pé no
saco de muitos PODERES que não querem apagar suas bélicas e arrogantes
estrelas. Passar o bastão da economia e da geopolítica hegemônica,
então, nem pensar! Ao mesmo tempo, fazer dessa conjuntura um perverso
thriller de sabotagem, guerra química e matança de inocentes é demais
da conta. Ou será não?
Há quem garanta que o coronavírus é arma biológica. A Rússia por
exemplo, toda esperta, desconfia que o coronavírus – conhecido como
2019-nCov – pode ser arma projetada pelos EUA para sabotar a China. Como
pano de fundo, a guerra comercial EUA X China. E os apaixonados pela
conspiração apostam que é isso mesmo. Tem até imprensa toda antenada
afirmando que membros da Comissão de Armas Químicas e Biológicas da
ONU declararam que a variante do coronavírus foi produzida por mãos
humanas. Vamos sublinhar isso aí?
O trágico é que o surto que até hoje já causou 350 mortes na China,
exatamente na província de Hubei, epicentro da epidemia, mais 10
mortes em outros locais do país, além de infectar 11.177 só em Hubei
e um total de 16,5 mil em toda a China. A sua marca letal, dizem
apresentadores televisisvos com aquele ar pseudo-prudente de “não vamos
entrar em pânico”, é bem baixinho se comparado com o outro vírus que
assolou a China nos anos 2002/2003, o SARs. Apenas 2,19% enquanto a
letalidade do SARs atingiu 10,87%, afetando 5.327 pessoas e matando 774
delas no mundo. 349 só na China. Ôpa! Consolo!
Consolo temporário? Porque restrito o vírus já provou que não
está, apesar do imposto isolamento chinês. Pulou fronteiras, fez uma
vítima fatal nas Felipinas e espalha-se mais rápido que o SARs. Os
casos suspeitos de infecção estão registrados em mais 25 países que
já acumulam mais de 150 casos, incluindo os EUA, o que levou a OMS a
decretar estado de emergência de saúde pública internacional. E surge
a dúvida: infectados nos EUA? Teóricos conspiradores da assertiva
russa diriam: efeitos colaterais! E haja reflexões, maluquices e fake
news se espalhando igual fogo no palheiro e produzindo versões de
comilanças chinesas de morcegos, cobras e outros bichos silvestres e
peçonhentos. Se isso é cultura gastronômica de uma nação que passou
fome lá pelos idos de Mao Tsé Tung, pouco importa. Importa para os que
querem culpalizar é que os bichos comidos viraram coronavírus.
_DEMOCRACIA EM VERTIGEM_
Mas o cinema e a tecnologioa estão na mira e os analistas do caos não
deixam por menos. Tem gente se reportando ao hollywoodiano Contágio,
filme de 2011 de Steve Soderbergh que traz inúmeras semelhanças com o
cenário do coronavírus, inclusive o de ser originário numa provícia
da China. Deleite para os afccionados da teoria da conspiração que
passam a incluir a China no balaio dos chamados RAVs: russos, árabes e
outro inimigos dos EUA, bem típicos dos filmes de Hollywood. E o que
não dizer de American Factory (Indústria Americana), favoritinho do
Oscar 2020 que trata justamente das relações entre os EUA e China? O
documentário bancado pela produtora de Barack e Michele Obama narra a
saga de trabalhadores de uma fábrica GM, em Ohio, que fechou e foi
adquirida por empresários chinêses, desenhados como capitalistas
vorazes que forçavam um ritmo de trabalho explorador aos operários
americanos. Esses, retratados como figuras socialistas, procupados com
os direitos trabalhistas e criação de sindicato. Levando o peso da
assinatura dos Obama o documentário exibe ares de quem vai arrebatar a
estatueta e deixar a ” Democracia” de Petra Costa, literalmente, em
vertigem.
E entre o surto, ameaça de pandemia, ficção e realidade, os chineses
resistem e sonham com a volta por cima. Nem que seja através do tal
aplicativo de jogo _PLAGUE INC._ que passaram a consumir freneticamente
nos últimos dias e onde os jogadores criam um vírus mortal e o
transformam em pandemia global antes que os cientistas encontrem a cura.
Ainda bem que é só um game. Mas, diante de tudo isso e antes que a
nossa mente comece a produzir luzinhas de medo piscando em direção ao
fim da humanidade, o melhor que temos a fazer para aliviar tensões e
dilatar os vasosconstritores, é nos servir de uma cerveja gelada. De
preferência, Corona. Bem mexicana e sem dietilenoglicol!