Os venezuelanos continuavam sofrendo na quarta-feira, 13, com falta de água e comida após o pior apagão da história do país, que deixou milhões em prejuízos em uma economia já arruinada. O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, informou nesta quarta-feira à noite que o fornecimento de energia elétrica foi restabelecido em 100% depois do blecaute. À tarde, alguns Estados – como Zulia, Táchira, Mérida e Barinas – tinham grandes áreas sem energia.
Segundo a empresa de consultoria Ecoanálitica, as perdas causada pelo apagão já chegam a US$ 875 milhões. “A indústria está paralisada e para se recuperar o país terá de buscar o apoio multilateral e do setor petrolífero”, disse Asdrúbal Oliveros, diretor da Ecoanálitica. “Há uma paralisação importante em muitas áreas críticas do setor petrolífero. Nesse ponto, poderíamos perder 700 mil barris diários”, acrescentou o executivo.
Com a empresa de petróleo PDVSA – responsável por 95% arrecadação do país – operando no vermelho e minada pela corrupção, a reduzida produção de petróleo havia caído de 3,2 milhões de barris, em 2008, para 1 milhão antes do apagão.
A situação de emergência, que atingiu Caracas e 22 dos 23 Estados do país de 30 milhões de habitantes, começou na tarde da quinta-feira passada e, apenas na terça-feira, Nicolás Maduro garantiu que a luz estava sendo restabelecida em “quase todo” território. Maduro acusa Washington de ter lançado “ataques cibernéticos” e “eletromagnéticos” contra a hidrelétrica de Guri, que abastece 80% da população. O líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, sustenta que o colapso se deve à “negligência” e à “corrupção”.