O café, bebida que não pode faltar na mesa do brasileiro, se destaca na Bahia com a produção de agricultores familiares. O estado é o quarto produtor nacional, responsável por 50% da produção do café brasileiro, mas é o sabor da Agricultura Familiar baiana que tem conquistado os paladares mais apurados de pessoas de todas as partes do mundo. No Território de Identidade da Chapada Diamantina, a produção essencialmente gourmet se destaca e vem colecionando premiações em concursos de cafés especiais, sejam eles estaduais ou nacionais, com repercussão internacional.
O café cultivado por agricultores da Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), se mantém, nos últimos anos, entre os dez melhores colocados no concurso Cup of Excellence da BSCA – Brazilian Speciality Coffee Association, principal concurso de qualidade de café no mundo. No município, está localizada a única fazenda no Brasil tricampeã no concurso. Além disso, o café está sendo exportado para Austrália. Somente neste ano, já foram enviadas 98 sacas para o país.
A Chapada Diamantina é privilegiada pela altitude e também pelo microclima presentes nas regiões cafeeiras, que garantem temperaturas amenas e promovem o amadurecimento mais lento do café, fazendo com que o fruto permaneça mais tempo na planta absorvendo ainda mais açúcares e sais minerais.
Para o presidente da Coopiatã, Rodolfo Moreno, além dos fatores climáticos, a forma com que o café é colhido, apenas os maduros, e manualmente, a secagem cuidadosa nos terreiros cobertos, o controle de temperatura e umidade para evitar fermentações indesejadas, a dedicação e o carinho que é aplicado com vigor nessa paixão piatãense são determinantes no diferencial do produto. “Os cafés de Piatã têm notas sensoriais de capim limão, caramelo e melaço de cana de açúcar que são raras é visto nos cafés dessa micro região de Piatã. Então, você pode estar em qualquer prova de cafés do mundo, se na mesa de prova aparecer essas notas sensoriais pode saber que o café é de Piatã”, enfatiza Moreno.
Para fomentar a produção de café da Cooperbac, o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), vem apoiando as cooperativas produtoras de café. Em 2017, o governo estadual inaugurou uma Unidade de Torrefação, Moagem de Café e Empacotamento que possibilitou o aumento de 20% da produção e, consequentemente, da renda dos cooperados. A perspectiva é que, até 2020, os empreendimentos da Cooperbac gerem faturamento anual de R$ 5,1 milhões, com agregação de valor superior a R$ 1,5 milhão na economia dos agricultores associados.