

Já pensou comer um hambúrguer com carne feita numa impressora. Pois bem, pesquisadores do SENAI CIMATEC, em Salvador (BA), estão desenvolvendo um projeto inovador que cria carne cultivada em laboratório por meio de impressora 3D, sem a necessidade de abate de animais, com potencial para reduzir impactos ambientais e ampliar as opções de proteínas disponíveis no mercado.
A tecnologia, denominada CELLMEAT 3D, venceu o Prêmio Finep Nordeste de Inovação 2025, na categoria Agroindústrias Sustentáveis, e agora concorre na etapa nacional da premiação, reforçando o destaque da pesquisa no cenário brasileiro de inovação tecnológica em alimentos.
Diferentemente da carne convencional, o processo utiliza células animais coletadas por biópsia que são cultivadas em ambiente controlado para se multiplicarem e se transformarem em tecidos musculares ou de gordura. Uma impressora 3D entra em cena para dar forma, textura e estrutura ao alimento, reproduzindo características semelhantes às da carne tradicional. Após a impressão, o produto segue por um período de maturação para aprimorar sua composição final.
A ideia não é substituir a carne tradicional de imediato, mas ampliar as alternativas de produção de proteínas para atender a uma demanda crescente por alimentos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental, respeitando também o bem-estar animal.
O projeto ainda está em fase de desenvolvimento e não está pronto para comercialização, com etapas futuras previstas para análises sensoriais (como sabor e textura) e definição do perfil nutricional completo do produto. Um dos principais desafios tecnológicos e econômicos citados pelos pesquisadores é o alto custo de produção atual, já que insumos e equipamentos ainda dependem de matéria-prima cara, muitas vezes oriunda da indústria farmacêutica. O desenvolvimento de insumos mais acessíveis é parte das etapas a serem aprimoradas para tornar o produto competitivo no mercado alimentício.