

A chamada pública de projetos para a Região Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) selecionou 189 projetos que somam R$ 113 bilhões, quase 11 vezes superior à estimativa inicial de R$ 10 bilhões. Lançada em maio, a chamada dispôs, inicialmente, esse valor em crédito para projetos estruturantes com foco em inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável e recebeu 245 propostas que somaram R$ 127 bilhões. Para a Bahia, foram aprovados 61 projetos, que somam R$ 35 bilhões.
O anúncio dos projetos selecionados foi feito nesta segunda-feira, 1/12, durante a Assembleia Geral dos Governadores e Governadoras do Nordeste em Teresina (PI), por representantes do Consórcio Nordeste, da Sudene e das instituições financeiras que participam da Chamada.
“A resposta do Nordeste à chamada da Nova Indústria Brasil é uma prova inquestionável do potencial de inovação e do empreendedorismo da região. E o mais importante: 74% destas propostas vêm de micro, pequenas e médias empresas, que são o motor que transforma inovação em emprego e renda. Com esta chamada, estamos garantindo que o desenvolvimento sustentável e a neoindustrialização cheguem na ponta, alcançando os que estão mais perto das necessidades e das oportunidades locais”, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin.
O presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou que sua principal bandeira foi ampliar o crédito ao setor produtivo, visando corrigir a histórica desproporção entre os recursos recebidos e a participação da região no PIB nacional. “Hoje celebramos o grande anúncio dessa coalização de bancos liderados pelo BNDES que está garantindo um volume de recursos jamais visto na história da industrialização nordestina. Chegamos a R$ 113 bilhões! São investimentos na área da indústria verde, da transição energética, da bioeconomia, tudo a ver com o potencial que o Nordeste tem. Ficamos felizes em demonstrar para o Brasil e para as instituições financeiras que, quando há oportunidade de crédito, as empresas nordestinas aproveitam e aproveitam muito bem”, afirmou Rafael Fonteles.
A Chamada Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) é resultado de uma ação conjunta e inédita de fomento, construída entre os bancos públicos federais – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (Caixa), Banco do Nordeste (BNB) – e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).
“O BNDES está fazendo, em conjunto com as instituições parceiras, o Consórcio do Nordeste e a Sudene, uma entrega extraordinária. No governo do presidente Lula, o Nordeste voltou a ser prioridade, porque tem proposta, porque tem desenvolvimento e precisa ser tratado com a dignidade que não teve em governos anteriores. O BNDES aumentou em 32% os recursos para a região e essa chamada é um marco para o Nordeste, vai significar um salto de desenvolvimento e de oportunidades”, afirma Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, destacou que os resultados refletem o fortalecimento da articulação federal na região. “A reativação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (CORIFF), conduzida pela Sudene, permitiu reunir os principais atores financeiros do Governo Federal em torno de uma agenda integrada. Essa governança renovada tornou possível alinhar instrumentos, antecipar oportunidades e posicionar o Nordeste como protagonista de uma nova fase da indústria brasileira”.
As 189 propostas selecionadas são vindas dos nove estados da região e para as cinco áreas estratégicas da chamada: transição energética com foco em armazenamento, 59 propostas; bioeconomia com foco em fármacos, 39 projetos; hidrogênio verde, 44 projetos; data center verde, 40 iniciativas; e setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, com 37 projetos. A lista das propostas selecionadas já está disponível.
Das propostas selecionadas, 74% são de micro, pequenas e médias empresas, 32% foram projetos em consórcio com outras empresas e 77% envolveram a cooperação com instituições de ciência e tecnologia. Empresas não aprovadas também serão procuradas para avaliação de oportunidades.
Segundo o presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, a Chamada Nordeste é um marco. “Ela fortalece políticas públicas, promove inovação, amplia a competitividade regional e contribui para a redução das assimetrias históricas que ainda marcam o país. É a demonstração de que, quando articulamos instituições, ciência e setor produtivo, construímos as bases de um desenvolvimento sustentável e socialmente justo. A Finep contará com seus mais diversos instrumentos para apoiar as 189 empresas aprovadas. E de forma inédita teremos recursos de subvenção econômica de caráter exclusivamente regional, são recursos não reembolsáveis para que o estado compartilhe o risco da inovação com o setor privado”, afirmou o executivo.
Foto: Jonathan Dourado/BNDES