segunda, 18 de agosto de 2025
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O XADREZ POLÍTICO DA BAHIA EM 2026: A DISPUTA PELA FORMAÇÃO DE CHAPAS

Redação - 18/08/2025 10:59 - Atualizado 18/08/2025

O cenário político baiano para 2026 está em ebulição e a formação das chapas está na cabeça das lideranças políticas. A Bahia já tem candidatos a governador definidos e houve movimentações tanto no front do governador Jerônimo Rodrigues, candidato à reeleição, quanto no front de ACM Neto, seu maior opositor.

Na semana passada, o assunto “formação das chapas” voltou à imprensa. No front do governador, chamaram atenção as declarações fortes do senador Ângelo Coronel, demonstrando que não aceita ser rifado da chapa encabeçada pelo governador Jerônimo Rodrigues. Coronel chegou a dizer que conversava pouco com o governador, ao mesmo tempo em que lembrava que o ex-prefeito ACM Neto estava sempre em sua casa e conversava muito com ele.

A demonstração de tanta intimidade com o líder da oposição causou desconforto nas hostes do governador. Mas, neste fim de semana, o PSD jogou água na fervura e o deputado estadual Ângelo Coronel Filho e o federal Otto Alencar Filho fizeram questão de deixar claro em evento no interior que a manutenção da aliança entre PT e PSD permanece forte. Coronel Filho afirmou com todas as letras, dirigindo-se ao governador: “Quero dizer que pode contar com a gente. Estaremos juntos para ajudar os baianos, porque é assim que a gente gosta de trabalhar”.

Essa é uma questão que mais cedo ou mais tarde terá de ser resolvida, pois não há sinais de que Rui Costa e Jaques Wagner pretendam desistir de suas candidaturas ao Senado. Vale lembrar que o PSD, liderado por Otto Alencar, precisa ter protagonismo na chapa, mas pode compor com outros nomes, a exemplo da presidente da Assembleia Legislativa, Ivana Bastos, que, embora dedicada inteiramente ao excelente trabalho que vem realizando na Alba, tem sido um nome lembrado.

A questão de Ângelo Coronel compor ou não a chapa será arbitrada por Otto Alencar, maior liderança do partido, mas sua manifestação de contrariedade viabiliza movimentações na chapa que está sendo montada pela oposição.

Isso porque, quando o senador admite conversas com ACM Neto, o eixo da disputa ganha um novo contexto e pode alterar o equilíbrio de forças. ACM Neto tem dito que vai montar uma chapa competitiva capaz de equilibrar forças no interior. Se conseguir atrair o senador Ângelo Coronel para uma das vagas do Senado, já tendo como praticamente garantido que o ex-ministro da Cidadania, João Roma, que traria consigo o apoio do bolsonarismo,  disputaria a outra vaga, estaria compondo uma chapa competitiva, especialmente se colocasse na condição de candidato a vice um prefeito do interior com força política consolidada, como Zé Cocá, prefeito de Jequié, ou Zé Ronaldo, prefeito de Feira de Santana.

No entanto, tudo são especulações. Uma possível vinda de Coronel para as hostes oposicionistas sem o PSD teria um impacto bem menos significativo. Por outro lado, Zé Cocá e Zé Ronaldo, ainda que alegando questões administrativas, têm se aproximado do governador, assim como muitos outros prefeitos de oposição que têm mudado de posição.

Interessante também a indiferença com relação a um fato político que poderia fortalecer a oposição, relacionado a Bruno Reis. Ora, se o prefeito de Salvador, que tem alto grau de aprovação na cidade, se dispuser a se candidatar ao Senado, a chapa da oposição seria muito fortalecida.

No entanto, esse assunto parece não estar em pauta. Nos bastidores há quem diga que é o próprio Bruno Reis quem parece disposto a concluir o seu mandato na prefeitura como, aliás, fez o seu antecessor. Mas há quem diga também que o próprio ACM Neto não estimula o nome do prefeito na chapa, argumentando que ele é indispensável para garantir, na eleição municipal de 2028, que o grupo permaneça controlando o Executivo municipal.

Aqui dois comentários podem ser feitos: um deles dá razão ao ex-prefeito, pois, no caso de perder a eleição para governador, seu grupo político se manteria na prefeitura e ele mesmo poderia se candidatar. O outro comentário vai no sentido de que poderia ser um erro político de Bruno Reis, que estaria perdendo seu melhor momento para tornar-se um nome nacional e, além disso, caso a oposição não vença as eleições, significará que a partir de 2028 ficará sem mandato, com todas as dificuldades políticas que isso representa.

Como o leitor pode ver, tanto no front da oposição quanto no front do governo tudo são suposições e especulações, e tudo pode acontecer com relação ao tema da formação das chapas que vão concorrer ao governo do Estado em 2026. (EP- 18/08/2025)

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