Bahia Econômica – Como está a situação de estocagem de gás natural no Brasil e qual a perspectiva futura próxima?
Celso Silva – É uma questão de você avaliar os cenários de oferta e demanda hoje no Brasil, seja ele através do pré-sal ou outras fontes de gás. Observando as projeções atuais feitas pelas instituições responsáveis a gente tem um aumento da oferta levando em consideração a quantidade de terminais de importação que a gente tem na produção nacional, seja ela da região do pré-sal ou até mesmo dos novos campos. Hoje, baseado nos dados que a gente tem oferta vai superar a demanda em breve e vamos precisar de novos poços de estocagem de gás no país.
Bahia Econômica – Sobre o preço do gás. Quais medidas podem ser tomadas hoje para que possa haver um balanceamento, tanto para a indústria quanto para o consumidor final?
Celso Silva – Eu acho que o aumento da oferta é óbvio que vai trazer uma redução de preço, mas o que mais tem que ser levado para a administração é como esse gás vai ter que ser fornecido, qual flexibilidade ele tem que ser fornecido. Flexibilidade em qualquer commodity tem preço, então quanto mais flexível, fica mais caro, mas se você conseguir maior oferta, certamente você vai conseguir uma redução de preço.
Bahia Econômica – Falando um pouquinho da Bahia especificamente, a Bahia hoje tem alguns campos de gás que estão sendo abandonados. Como é que você avalia a questão da Bahia na estocagem, no consumo e na distribuição de gás?
Celso Silva – O armazenamento subterrâneo de gás é um assunto muito técnico, tem que avaliar campo a campo. Como existem vários campos aqui na Bahia, que já estão no final de produção, já estão abandonados, você tem que analisar um a um para que você chegue à conclusão qual é aquele campo mais adequado para você fazer o armazenamento. Então, nós já fizemos as análises prévias, identificamos alguns deles, e estamos próximos de uma conclusão final. Essa decisão ainda não foi tomada e eu não posso falar o nome do consórcio, o nome do consórcio quem fala é a Petrobras. Mas o estado é rico e em breve devemos ter novidades sobre campos de gás na Bahia.
Bahia Econômica – Falando agora em contexto do Brasil geral, qual a sua expectativa para o setor de gás até o final do ano de 2025?
Celso Silva – Eu sou otimista. Eu acho que talvez poder trabalhar nessa indústria há mais de 30 anos. A entrada de novos agentes, sejam eles, os comerciantes ou produtores ou consumidores livres, cria uma nova dinâmica que está permitindo que a gente possa entender um pouco mais o que é possível ser feito para que a gente possa dar toda essa possibilidade que o mercado precisa ter para crescer.